A Bruta Flor do Querer
- Direção: Dida Andrade e Andradina Azevedo
- Duração: 76 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Brasil
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
De tempos em tempos, surge no horizonte algum diretor capaz de fazer barulho com algo desconcertante. Dida Andrade e Andradina Azevedo são os rapazes da hora. Formados em cinema pela Faap em 2009, tiveram curtas premiados e estreiam no longa-metragem com A Bruta Flor do Querer. Os amigos tiveram a ideia de levar às telas uma história muito parecida (ou igual) à trajetória deles. Escreveram o roteiro, dirigiram e estrelaram uma trama simples sobre Diego (Dida), um cineasta recém-formado que trabalha, a contragosto, gravando cerimônias de casamento. O amor platônico por Diana (Bia Vilela) o atormenta diariamente. Andradina, assim como na vida real, faz o parceiro de farras e desabafos. Sim, é uma viagem egocêntrica da dupla, com direito a filmagens cruas, nudez frontal, sexo, diálogos misóginos, cigarro como companhia e muita maconha na cabeça. Talvez seja a forma de os realizadores jogarem (ou cuspirem) na cara do espectador o universo da juventude perdida ao qual eles também pertencem. São sinceros, ousados e verdadeiros. E possuem olhos apurados para gravar cenas sensíveis e ouvidos antenados para a boa música — incluir na trilha sonora Elis Regina e 20 Anos Blues, de Vitor Martins e Sueli Costa, é uma prova disso. Estreou em 7/4/2016.