A Juventude
- Direção: Paolo Sorrentino
- Duração: 124 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Itália/França /Suíça/Inglaterra
- Ano: 2015
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014, A Grande Beleza é também um dos mais espetaculares trabalhos dos últimos anos. A volta do diretor italiano Paolo Sorrentino às telas, dois anos depois, acontece com o irregular A Juventude. Não falta ao novo longa-metragem o bom gosto visual do cineasta, seja em enquadramentos perfeitos, seja nas locações estupendas, desta vez concentradas nos Alpes suíços. Assim como na fita anterior, retornam as referências ao mestre Fellini, agora “citando” Oito e Meio, e o tema do envelhecimento, representado pelos amigos Fred Ballinger (Michael Caine) e Mick Boyle (Harvey Keitel). Ambos desfrutam o conforto de um esplêndido hotel durante a temporada de verão. Maestro e compositor aposentado, o inglês Ballinger é convidado a se apresentar para a rainha Elizabeth II — mas recusa a proposta. Rodeado de jovens roteiristas, o realizador Boyle está finalizando a história de seu próximo filme. Circulam por lá Lena (Rachel Weisz), filha de Ballinger, e Jimmy Tree (Paul Dano), um astro do cinema que ensaia para encarnar um papel polêmico. Sorrentino dá um panorama dos contrastes entre a juventude e a velhice, além de destilar acidez em uma crítica a Hollywood (sobretudo na aparição da personagem de Jane Fonda). Faz falta, contudo, uma costura consistente para dar suporte a ideias oportunas e reflexões agudas. Estreou em 31/3/2016.