A Ponte
- Direção: Adriano Guimarães
- Duração: 120 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
As peças In on It, A Primeira Vista e Cine_Monstro, escritas pelo dramaturgo canadense Daniel MacIvor e vistas no Brasil no começo dos anos 2010, ganharam admiradores pela estrutura ousada e pela temática complexa. Por isso fica um tanto difícil reconhecer a marca autoral de MacIvor no drama A Ponte, dirigido por Adriano Guimarães, que pouco avança em seu ponto de partida convencional no decorrer de duas horas. A trama gira em torno de três irmãs que tomaram caminhos distintos e se reencontram diante da iminente morte da mãe. Theresa (interpretada por Bel Kowarick) é uma freira e vive em um convento agrícola, enquanto Agnes (papel de Débora Lamm), uma atriz fracassada, faz bicos como garçonete e exagera no álcool. Quem acompanha de perto a mãe é a caçula, Louise (representada por Maria Flor). Ela passa os dias na frente da televisão, não se segura em emprego algum, tampouco tem amigos ou namora. A estrutura clássica, perto do folhetim, permeia toda a montagem, principalmente depois que as irmãs expõem os próprios conflitos em detrimento do drama familiar. Em desempenho destacado, Bel Kowarick transita entre a serenidade e a secura na comovente composição de Theresa. Maria Flor também convence na pele de Louise e sublinha muito bem a imaturidade da personagem, além de dar um caráter dócil ao seu perfil. Quem menos tira proveito da oportunidade é Débora Lamm. A atriz ameniza o peso dramático de Agnes e limita a personagem apenas a uma rebelde, sem pôr densidade na questão do alcoolismo ou do antigo trauma (120min). 12 anos. Estreou em 1º/2/2019. Até 25/3/2019.