Antígona – Amir Haddad
- Direção: Amir Haddad
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
A expressão quarta parede define o limite imaginário entre o ator no palco e o espectador. Antígona, tragédia grega de Sófocles, foi recriada como monólogo pela atriz Andréa Beltrão e pelo diretor Amir Haddad e subverte o tempo inteiro essa barreira. O público entra na sala com a protagonista em cena, sentada em um camarim, onde experimenta roupas, toma muita água e volta e meia busca acessórios. Como se a peça não tivesse começado, ela pede à plateia que desligue os celulares e, aos poucos, apresenta elementos da história. Filha de Édipo e Jocasta, a personagemtítulo trava uma luta contra o tio Creonte, rei de Tebas, pelo direito de enterrar Polinice, seu irmão, considerado traidor pelos poderosos. Andréa esbanja energia ao expor as origens do conflito, a sucessão de tragédias familiares e, algumas vezes, tropeça no didatismo por explicar demais determinados pontos. A performance envolve o espectador mais que a dramaturgia e, graças ao talento da atriz, o sofrimento de Antígona ganha conotações atuais, que vão além da batalha contra Creonte. Estreou em 13/5/2017.