Ayrton Senna, o Musical

Resenha por Dirceu Alves Jr.

O grande mérito de Ayrton Senna, o Musical pode também representar um tropeço. Dirigida por Renato Rocha, a peça foge da biografia convencional com duas tramas paralelas. Em uma delas, Hugo Bonemer convence na pele de Senna, o piloto competitivo e, por vezes, irascível, enquanto, na outra, João Vitor Silva aparece como Beco, jovem idealista que trabalha na loja do pai. A solução é boa e de fácil compreensão para os fãs do atleta, familiarizados com sua trajetória e apelido. A plateia menos íntima, porém, corre o risco de patinar em parte da montagem. As canções de Claudio Lins e Cristiano Gualda reforçam uma atmosfera de autoajuda pouco empolgante. Já as coreografias aéreas dialogam com a proposta do espetáculo de criar algo diferente e interessante para os admiradores de Senna e, nitidamente, ganhar a plateia masculina. A narrativa traz ainda grandes momentos da carreira e da vida de Senna, como a relação dele com os pais e a emblemática vitória em Interlagos em 1991 (140min). Livre. Estreou em 16/3/2018. (140min). Livre. Até 3/6/2018.

• Teatro