ChinaArteBrasil

Resenha por Laura Ming

O olhar para a China antiga e a forma como as tradições se inserem no atual momento do país são temas que aparecem em boa parte das 110 obras desta mostra. O enfoque está nas peças produzidas nos últimos trinta anos, quando os artistas que nasceram no fim da Revolução Cultural estavam chegando às universidades e observavam os efeitos da abertura econômica. Resume bem a época a escultura Very Yao, de Ai Weiwei, que empilha 46 bicicletas e remete aos tempos em que elas tomavam as ruas, hoje divididas com os carros. Nas telas de forte inspiração pop da dupla Lou Brothers são enaltecidos símbolos da sociedade de consumo, a exemplo de refrigerantes e fast-food, num momento em que a entrada para o capitalismo era motivo de grande ansiedade. O custo desse crescimento aparece nas trinta esculturas que compõem a série Migração, de Chen Qiulin. Ele teve sua cidadezinha natal inundada para a construção de uma hidrelétrica — isso forçou mais de 1 milhão de pessoas a deixar suas casas nos arredores. Nem tudo na seleção possui apelo político direto. O público ganha a chance de apreciar também belos itens têxteis e de arte do século X. De 10/4/2014 a 18/5/2014.

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