Homem Não Entra
- Direção: Paulo Faria
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 18 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Poucos minutos antes do término do espetáculo Homem Não Entra, o público é convidado a deixar a arquibancada da Sede Luz do Faroeste e acompanhar a cena final ao ar livre, na esquina da Rua do Triunfo com a General Osório. Os transeuntes, inclusive alguns moradores de rua e remanescentes da Cracolândia, observam a movimentação e, sem perceber, colaboram para acentuar o realismo do desfecho da peça escrita por Paulo Faria e Rodrigo Pereira. Com papel importante na batalha de revitalização da região da Luz, a Cia. Pessoal do Faroeste atinge o ápice da proposta de inserir o ambiente na dramaturgia. Para tanto, recorre ao lado B da história oficial, tratado como um faroeste. A montagem inspira-se em um episódio de 1953, quando o então prefeito Jânio Quadros expulsou mais de 1.000 prostitutas dos arredores do Bom Retiro e dos Campos Elíseos. A ação é centrada em Brigitte (interpretada por Mel Lisboa), que, ao lado do pistoleiro Django (o ator José Roberto Jardim), executa uma vingança contra o inescrupuloso xerife Mardock (vivido por Roberto Leite). Assim, vem à tona a origem da Boca do Lixo e, entre vilões e mocinhos, o público percebe que a marginalização da região é coisa antiga. Mel Lisboa brilha em papel desenhado para sua sensualidade, mas o destaque é a encenação. O diretor Paulo Faria abre mão de uma cronologia para explicitar que o tempo parou na região. Os problemas, no entanto, só se multiplicaram. Estreou em 4/5/2013. Até 30/9/2013.