Infiltrado na Klan
- Direção: Spike Lee
- Duração: 135 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: EUA
- Ano: 2018
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Infiltrado na Klan réune dois grandes cineastas negros e de gerações distintas. De um lado está Spike Lee, de 61 anos, cuja filmografia inclui pérolas como Faça a Coisa Certa (1989), Malcolm X (1992), Crooklyn (1994) e O Verão de Sam (1999). Na outra ponta encontra-se Jordan Peele, de 39, que levou o Oscar 2018 de melhor roteiro original por Corra! e, aqui, aparece como produtor de um filme inspirado em caso real que é, no mínimo, inusitado. A junção desses dois talentos resultou num trabalho incomum. O lado ativista pelos direitos civis de Spike Lee está estampado na crítica aos clássicos E o Vento Levou (de 1939) e O Nascimento de uma Nação (1915) e, sobretudo, no arrasador, desconcertante e estupendo desfecho, que mostra cenas chocantes e verdadeiras dos protestos racistas da extrema-direita em Charlotesville. Peele, bem provável, deve ter sido responsável por dar um tratamento mais (tragi)cômico à trama, assim como o fez em Corra! Salpicar de leveza e humor um drama pesado não é tarefa fácil e a dupla o cumpre com maestria. Ambientada no fim da década de 70, a história mostra a trajetória de Ron Stallworth, papel de John David Washington, filho do astro Denzel Washington. Ele foi o primeiro detetive negro da cidade de Colorado Springs e, disposto a sair da burocracia, telefonou para um integrante da Ku Klux Klan se fazendo passar por um racista branco. Estava a fim de saber como agiam e pensavam os membros do grupo que pregava a supremacia branca, a xenofobia, o antissemitismo e a perseguição aos negros. Como não poderia participar das reuniões, Stallworth (o filme é inspirado em livro escrito por ele) pediu ajuda de um colega de delegacia, o judeu Flip Zimmerman, interpretado por Adam Driver. Direção: Spike Lee (BlacKkKlansman, EUA, 2018, 135min). 14 anos. Estreou em 22/11/2018.