O Encontro das Águas – Leonardo Miggiorin

- Direção: Leonardo Miggiorin
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.


Caso raro no teatro contemporâneo paulistano, O Encontro das Águas ganha a terceira montagem na cidade em pouco mais de uma década. O drama, escrito por Sérgio Roveri em 2003, chegou ao palco sob o comando de Alberto Guzik no ano seguinte e, em 2009, originou uma desastrosa releitura de Luiz Valcazaras. Coube ao ator Leonardo Miggiorin, estreante no papel de diretor, assinar a atual encenação. O resultado carrega uma boa dose de ambição sem recorrer a um excesso de códigos de difícil compreensão para contar a história já um tanto enigmática. Patrícia Vilela e João Fenerich interpretam a dupla central — não necessariamente homens, como no original —, que se encontra em uma ponte deserta de uma metrópole. O estranho Apolônio (representado por Patrícia) avista o jovem Marcelo (interpretado por Fenerich), um provável suicida, e puxa uma conversa para entender suas aflições. Começa um discussão existencial que traz à tona um trauma do rapaz e estende as reflexões dos protagonistas aos espectadores. Ponto alto, a híbrida composição de Patrícia intriga o público em um primeiro momento. Depois, a sexualidade de Apolônio passa a ser mero detalhe nunca decifrado e enriquecedor para o embate com Fenerich. Estreou em 9/4/2016. Até 31/7/2016.