Viva a Liberdade
- Direção: Roberto Andò
- Duração: 94 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Itália
- Ano: 2013
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Depois de A Grande Beleza, em que interpretou o memorável Jep Gambardella, o ator Toni Servillo dá mais uma prova de talento — desta vez, em papel duplo. O início da comédia Viva a Liberdade enfoca Servillo na pele de Enrico Oliveri, deputado e secretário do partido de oposição italiano. Como a esquerda está em crise, Oliveri sente o peso da rejeição e, deprimido, abandona tudo e some do mapa. Viaja para Paris em busca de uma ex-namorada (vivida por Valeria Bruni Tedeschi), que está casada com um cultuado cineasta chinês. Enquanto isso, em Roma, Andrea Bottini (Valerio Mastandrea), o principal assessor do político, tem uma saída para o impasse: colocar no lugar de Oliveri o gêmeo dele, Giovanni Ernani, um professor de filosofia recém-saído de uma instituição psiquiátrica. Ele será, inacreditavelmente, uma opção muito favorável. Sem travas na língua, o irmão fala o que lhe dá na telha e, assim, conquista o povo. Plugado na ironia, o roteiro encontra nos personagens opostos de Servillo um reflexo da situação política — seja pela triste melancolia de Oliveri, seja pelo pulsante sarcasmo de Ernani. Estreou em 10/7/2014.