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123 Milhas pede recuperação judicial no Tribunal de Minas Gerais

Crise na empresa se agrava com pressão de credores

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 ago 2023, 17h10
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Site da 123 Milhas indica suspensão de serviços (123 Milhas/Divulgação)
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A operadora de viagens 123 Milhas entrou nesta terça-feira (29) com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, onde está localizada sua sede. A empresa confirmou a informação em um comunicado à imprensa. O valor da causa está estipulado em mais de 2, 3 bilhões de reais.

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A petição é anunciada em meio ao agravamento da crise financeira e de imagem da agência de turismo, que suspendeu diversos serviços e realizou um corte expressivo no quadro de funcionários na segunda-feira (28).

No pedido, a 123 Milhas afirma que “se viu impossibilitada de emitir as passagens aéreas, pacotes de viagem e os seguros adquiridos pelos clientes do Programa Promo123, especialmente nos prazos contratados (setembro a dezembro de 2023), motivo pelo qual entendeu por bem retirar o programa do ar e buscar, por meio do presente pedido de Recuperação Judicial, cumprir tais obrigações de forma organizada”.

A empresa ainda expôs os fatores que contribuíram para o cenário, ressaltando o “inesperado aumento e persistência dos preços altos das passagens no período pós-pandemia”. No texto, a plataforma indica que a inflação sobre o preço do combustível de aviação gerou uma diminuição na oferta de voos, o que, aliada ao aumento da demanda, impossibilitou a aquisição dos produtos dentro dos termos acordados com os consumidores. 

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Outras duas empresas do grupo também entraram na Recuperação Judicial. São elas a ArtViagens, que auxilia na emissão de passagens por milhas, e a holding Nolvum. Agora, a 123 Milhas tenta aliviar a pressão dos credores. “A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira“, indica no documento.

O grupo também está na mira da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que pede a devolução total do dinheiro dos clientes que já tinham adquirido os pacotes suspensos e considera aplicação de multa no valor de 13 milhões de reais, além do Procon de São Paulo, que instaurou um procedimento investigativo para apurar denúncias de consumidores.

Leia o comunicado à imprensa

A 123milhas informa que protocolou hoje (29/08) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais um pedido de Recuperação Judicial. A medida tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. A Recuperação Judicial permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira. A 123milhas ressalta que permanece fornecendo dados, informações e esclarecimentos às autoridades competentes sempre que solicitados. A empresa e seus gestores se disponibilizam, em linha com seus compromissos com a transparência e a ética, a construir conjuntamente medidas que possibilitem pagar seus débitos, recompor sua receita e, assim, continuar a contribuir com o setor turístico brasileiro.

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