Continua após publicidade

3 perguntas para… Dani Barros

Atriz fala da experiência de viver a catadora Estamira nos palcos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h04 - Publicado em 23 jun 2012, 00h51

Premiada em março com o Shell carioca de melhor atriz, Dani Barros, de 39 anos, estreia no Sesc Pompeia o monólogo “Estamira — Beira do Mundo”. Durante a preparação, ela conviveu com a catadora de lixo Estamira Gomes de Sousa (1941-2011), que passou parte da vida no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e foi tema do documentário do diretor Marcos Prado lançado em 2005.

+ Os melhores espetáculos em cartaz na cidade

+ Em “Paraísos Artificiais”, Marcos Prado mistura amor e drogas

VEJA SÃO PAULO — Como surgiu o interesse por Estamira?

Dani Barros — Fiquei apaixonada quando vi o filme. Meu apelido de infância era Maria Caquinho porque juntava lixo na rua e levava para casa. Minha mãe, falecida em 2001, sofria de depressão e o tema ficou entalado na minha garganta. Quando descobri essa mulher incrível, percebi que, por intermédio dela, eu poderia falar sobre a doença. Não queria transmitir só a visão médica, e sim a de um paciente esquizofrênico.

Continua após a publicidade

VEJA SÃO PAULO — Durante a preparação do espetáculo, como foi o contato com ela?

Dani Barros — A primeira vez que nos encontramos foi na casa de Estamira, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Ela já havia saído do lixão e vivia com os três filhos: Ernani, Maria Rita e Carolina. É uma questão delicada e me vi realmente apegada. Comprei roupas, colchas, cobertores. Mais tarde, presenteei-a com uma cômoda, uma televisão e uma assinatura de TV a cabo. Também organizei uma lista de doações com amigos. Queria dar um pouco de conforto, não apenas a palavra e o carinho, mas coisas materiais mesmo.

+ Na Plateia, com Dirceu Alves Jr.


VEJA SÃO PAULO — Qual é a diferença do espectador de “Estamira” em relação ao do grupo Doutores da Alegria, do qual você já fez parte, nos hospitais?

Dani Barros — Nos treze anos em que participei dos Doutores, vivi situações muito emocionantes, mas agora é diferente. Recebo bilhetes e cartas de gente que enfrenta o problema e passa a encarar a situação de outra forma. Muitos esperam o fim da peça para falar da nova percepção sobre um parente ou amigo. Eles começam a entender como o esquizofrênico tem uma visão de mundo diferente. Não guardo só a emoção do sorriso, do olhar e do aplauso. Vivencio uma sensação capaz de me mudar como pessoa.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.