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Com fama de baladeiro, André Sanchez assume a presidência do Corinthians

Ex-feirante e ex-jogador frustrado que freqüenta o Parque São Jorge desde 1974, Sanchez só entrou para a intrincada política corintiana na década de 90

Por Marília Ruiz
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Descasado, pai de dois filhos adolescentes, figurinha fácil em bons restaurantes, rodas de samba e ambientes da moda, dono de uma das maiores empresas de embalagens e laminados do Brasil e, agora, presidente do Corinthians. Este é Andrés Navarro Sanchez, 43 anos, que acaba de assumir o poder do mais popular clube de São Paulo, depois de um tumultuado processo que incluiu a renúncia do antecessor, Alberto Dualib, e uma eleição para um mandato-tampão de dezesseis meses.

Valeu a pena mudar a rotina de solteiro, baladeiro e bon vivant para comandar um time às voltas com a ameaça de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, endividado e com problemas na Justiça? “Minha família vai pagar com minha ausência, mas entendeu a paixão que é o Corinthians e permitiu que eu me afastasse por um ano e quatro meses para cuidar exclusivamente do clube”, diz ele. Ex-feirante e ex-jogador frustrado que freqüenta o Parque São Jorge desde 1974, Sanchez só entrou para a intrincada política corintiana na década de 90, época em que Dualib, hoje seu rival, já dirigia o clube. Apoiou a assinatura da parceria com a MSI e por onze meses foi vice do ex-presidente, período em que se aproximou também do iraniano Kia Joorabchian, representante do fundo de investimentos, contra quem a Justiça brasileira expediu mandado de prisão. Igualmente investigado pela Polícia Federal e alvo de escutas telefônicas, o novo presidente do Corinthians afirma não temer as conseqüências do processo. Teme é pelo futuro do clube. “Dualib deixou o Corinthians em situação caótica”, lamenta.

Por isso, nem a ginástica diária nem o samba de outrora cabem na sua nova rotina. Passou a fumar dois maços de cigarro por dia – antes era só um. A empresa foi entregue aos cuidados de familiares. O sono foi embora. E até os filhos, admite com amargura, estão em segundo plano. “Minha prioridade é o Corinthians. Mas também quero ser feliz. Quando a situação se normalizar, vou voltar a fazer as minhas coisas.” Entenda-se por “minhas coisas” curtir um sambinha ao vivo e cuidar da aparência. Sanchez, que acabou de fazer um peeling profundo com a cirurgiã-plástica Loriti Bruel (sim, sim, a mesma que operou o traficante Juan Carlos Abadia dias antes de sua prisão!) para amenizar as marcas da acne no rosto, adora um terno risca de giz bem cortado e faz cabelo (sempre com Ricardo Koiti Ida) e unhas no Jacques Janine. Corte, “cromotonalização” (espécie de clareamento de fios) e manicure: ritual que consome cerca de 200 reais por mês. O que não tem preço para Sanchez? “O Corinthians”, não titubeia. Assim espera a torcida tão carente de gente séria à frente do clube.

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