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“Conspiração Americana” aborda julgamento sobre a morte de Lincoln

Empolgante narrativa é dirigida de maneira sóbria por Robert Redford, galã nos anos 70

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h12 - Publicado em 5 Maio 2012, 00h50

Na década de 70 não havia páreo para a beleza de Robert Redford. Galã de “Nosso Amor de Ontem”, “Golpe de Mestre” e “O Grande Gatsby”, Redford se consagrou atrás das câmeras em 1981 — seu longa-metragem de estreia, “Gente como a Gente”, recebeu quatro prêmios no Oscar, entre eles o de melhor filme e direção. Sem abandonar as interpretações nem a liderança do Festival de Sundance, o ator dirigiu mais seis fitas, algumas delas fraquinhas, como “O Encantador de Cavalos” (1998) e “Lendas da Vida” (2000). O drama de tribunal “Conspiração Americana”, sua sétima empreitada, marca um dos melhores momentos de Redford no posto de cineasta. Trata-se de uma trama inspirada em um fato verídico e, embora se refira à história dos Estados Unidos, a romantização da realidade ganha apelos emocionais para qualquer plateia.

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Veterano da Guerra Civil Americana, o advogado Frederick Aiken (James McAvoy) tem uma batata quente nas mãos. Soldado da União, que venceu a guerra, ele precisa defender num tribunal militar uma partidária dos inimigos confederados. Ela é Mary Surratt (Robin Wright), dona de uma pensão onde, em 1865, se reuniu um grupo de conspiradores sulistas, entre os quais seu filho foragido. Eles foram responsáveis pelo assassinato do presidente Abraham Lincoln, do vice Andrew Johnson e do secretário de estado William Henry Seward. Mary pode ter tomado parte no complô e, se condenada, será enforcada. Com a opinião pública de olho e um júri de cartas aparentemente marcadas, teria alguma chance de absolvição essa mãe católica e de olhar inocente?

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Conduzida sobriamente, a empolgante narrativa não transforma a protagonista em heroína nem toma partido no julgamento. Deixa o espectador tirar a própria conclusão. O caso jurídico e sua personagem já haviam rendido produções irrelevantes. Redford e o roteirista James Solomon levaram anos até chegar ao ponto ideal, e a maturação só fez bem ao filme.

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