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Cresce índice de pessoas que gostariam de se mudar da capital paulista

Pesquisa mostra que percentual passou de 57% em 2021 para 61% em 2022

Por Agência Brasil
24 jan 2023, 19h45
Foto mostra passageiros com malas andando em direção a escada rolante
 (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Cresceu o percentual de pessoas que deixariam de viver na cidade de São Paulo se pudessem. Segundo a pesquisa Viver em São Paulo: Qualidade de Vida, divulgada hoje (24) pela Rede Nossa São Paulo, 61% dos moradores se mudariam da capital paulista se pudessem. Em 2021, o índice era 57% e, em 2020, 60%.

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Para elaboração do estudo, foram ouvidas 800 pessoas com mais de 16 anos de idade, ao longo de dezembro de 2022.

O percentual é maior entre a população com idade entre 35 e 44 anos (70%) e entre os que residem na zona leste da cidade (69%). As pessoas que vivem na zona leste são também as que pior avaliação da administração municipal, com 49% considerando o trabalho da prefeitura paulistana ruim ou péssimo. Na média geral da cidade, esse número fica em 44%.

Levando em consideração o bairro onde moram, os itens em que a prefeitura teve pior avaliação foram cultura e habitação, com 40% da população afirmando que a administração municipal não fez nenhum investimento nessas áreas. Em relação a esses mesmos itens, 47% da população considera que a administração municipal fez poucos investimentos na região onde vivem.

A área mais bem avaliada foi a infraestrutura, que inclui asfaltamento e iluminação, nesse quesito 26% consideraram que não foi feito nenhum investimento no seu bairro e 63%, poucos investimentos. Em nenhum item a opinião de que foram feitos muitos investimentos chegou a 10%. No transporte público, 9% acreditam que foram alocados muitos recursos na área, sendo o maior resultado.

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Sobre a avaliação da prefeitura, 44% disseram que a gestão tem sido ruim ou péssima, o mesmo percentual acha que o trabalho da administração municipal é regular, e 9% disseram considerar os resultados bons ou ótimos. Em 2021, consideravam a gestão municipal ótima ou boa 13% e regular, 39%. O percentual de ruim ou péssimo era de 45% na pesquisa anterior.

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Na zona leste, o percentual dos que acham que o trabalho da prefeitura é ruim ou péssimo chega a 49%. Na zona norte, o índice fica em 32% e no centro, em 35%. Por área de investimento, o melhor resultado para a prefeitura é sobre transporte na zona oeste, onde 15% acreditam que têm sido feitos muitos investimentos. O pior é em habitação na zona sul, onde 45% avaliam que não houve nenhum investimento, seguido por cultura na zona leste, com 44%.

Sobre a Câmara de Vereadores, 7% dizem que o trabalho da Casa é bom, 31% regular e 54%, ruim ou péssimo.

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Sinais preocupantes

Para o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão, a avaliação da sociedade sobre as instituições chama a atenção e parece diminuir o interesse das pessoas de participar dos processos políticos institucionais. “Com a baixa avaliação da prefeitura e a baixa avaliação da Câmara [Municipal], nós vamos tendo alguns sinais que nos remetem a preocupações aos poderes constituídos, às instituições, à participação da sociedade”, enfatizou durante a apresentação dos dados da pesquisa.

Os resultados na capital paulista podem ser um indício, na avaliação de Abrahão, de que a percepção da população sobre as instâncias de poder seja parecida em outras partes do país. “Se isso está acontecendo aqui na cidade mais rica e complexa do Brasil, que é São Paulo, serve como um alerta para nós de como isso está acontecendo no restante do Brasil”, disse.

O contexto desfavorável dos últimos anos pode ser, segundo ele, um dos fatores que influenciaram nessa avaliação pela sociedade. “Essa pesquisa foi feita em um contexto em que nós viemos de anos difíceis. Nós viemos de uma pandemia [de covid-19]. Nós viemos, economicamente, de um processo bastante complicado com as questões de desemprego, inflação, as questões sociais de aumento da fome”, ponderou.

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Prefeitura

Em nota, a prefeitura de São Paulo comentou os resultados da pesquisa. Segundo a administração municipal, devido à pandemia de covid-19 nos últimos dois anos, os investimentos foram concentrados nas áreas de saúde e social. “Não descuidou, no entanto, da zeladoria, educação, transporte público, formação de mão de obra e geração de emprego e renda e está ampliando a quantia a ser aplicada na cidade”, acrescenta o comunicado.

Esse trabalho, na avaliação da prefeitura, é reconhecido pela população – “o próprio levantamento mostra que 53% dos paulistanos não reprovam a atual gestão”, destaca a nota. Além disso, de acordo com a administração municipal, o montante de recursos investidos na cidade devem passar de R$ 9 bilhões no ano passado para R$ 11,1 bilhões em 2023.

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