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Dilma discursa durante a assinatura do Pacto de Paris, na ONU

Presidente viajou para os Estados Unidos na manhã de quinta (21) e seu discurso durou menos de cinco minutos no evento.

Por Veja São Paulo
Atualizado em 27 dez 2016, 18h22 - Publicado em 22 abr 2016, 13h01
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dilma-onu (Reprodução/)
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A presidente Dilma Rousseff participou na manhã de sexta (22), horário de Brasília, da assinatura do Pacto de Paris, ao lado de chefes de Estado e de Governo de 193 países, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Ao desembarcar no país, ela foi recebida por cerca de 50 manifestantes, que se reuniram em frente à casa do embaixador do Brasil na ONU, Antônio Patriota. O grupo repetiu a manifestação hoje, durante o pronunciamento da presidente. Durante seu discurso, ela disse que o povo brasileiro não vai permitir retrocessos, em referência ao processo de impeachment contra ela.

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“Senhoras e senhores, com imensa honra e emoção venho a NY hoje, no Dia da Terra, para assinar o Acordo de Paris, um acordo universal. Sua conclusão hesitosa, em dezembro de 2015 representou um marco histórico na construção do mundo que queremos. Um mundo de desenvolvimento sustentável para todos”, diz Dilma em início de discurso. Previsto para durar cerca de três minutos, o texto tratou de temas ligados a mudanças climáticas e foi preparado pela assessoria internacional do Palácio do Planalto, sem referências ao processo de impeachment.

A decisão de mencionar o assunto foi da própria presidente, que finalizou o discurso falando do momento político atual. “Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o país. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande pais, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo. É um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, superar qualquer retrocesso. “Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade. Muito obrigada”.

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Confira os principais trechos do discurso:

“Senhoras e senhores, é com imensa honra e emoção venho a Nova York hoje, no Dia da Terra, para assinar o Acordo de Paris, um acordo universal. Sua conclusão hesitosa, em dezembro de 2015 representou um marco histórico na construção do mundo que queremos. Um mundo de desenvolvimento sustentável para todos.

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Tenho orgulho do trabalho desenvolvido pelo meu governo e pelo meu país, orgulho de nossa contribuição, de todos os países e da comunidade internacional. Hoje, ao lado de todos os chefes de Estado aqui presentes, assumo o compromisso de assegurar a pronta entrada no acordo do Brasil e saúdo a todos por essa histórica conquista da humanidade. O caminho que teremos que percorrer agora será ainda mais desafiador, transformar nossas ambições em resultados concretos. Realizar os compromissos que assumirmos irá exigir a ação convergente de todos nós, de todos os nossos países em sociedade, rumo à vida e economia menos dependentes de combustíveis fósseis.

É fundamental ampliar o financiamento ao combate de mudanças no clima, para além do compromisso de 100 milhões de dólares anuais. É necessário reorientar os fluxos financeiros internacionais de modo permanente. É necessário ainda que o setor privado tenha um esforço robusto na redução de emissões. Ao reinterar o compromisso do Brasil nos objetivos do Acordo de Paris, quero assegurar que estamos cientes que firmá-lo é apenas o começo, a parte mais fácil.

Nosso desafio é restaurar e reflorestar 12 milhões de equitares de florestas e outros 15 milhões de pastagens degradadas. Além da integração de 5 milhões de equitares na relação lavoura, pecuária e floresta. Todas as fontes renováveis de energia terão sua participação em nossa matriz energética ampliadas até alcançar 45%.

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Meu governo traçou metas ambiciosas e ousadas porque sabe que os riscos associados aos efeitos negativos recaem fortemente sobre as populações vulneráveis de nosso país e do mundo quando não tomamos medidas corretas para a contenção da mudança do clima.

Essa preocupação deve ser compartilhada agora e por todos nós. Sem a redução a pobreza e da desigualdade não será possível vencer o combate à mudança do clima. Esse combate tampouco pode ser feito às custas dos que menos tem e os que menos podem. Incluir, crescer, conservar e proteger. Eis a síntese alcançada na conferência Rio+20 realizada no Brasil em 2012.

Não posso terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande pais, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador, e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade. Muito obrigada.”

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