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Em média, 71 pessoas por dia passaram a morar nas ruas na capital

Dados são relativos aos 6 435 novos cadastros inseridos na base de dados do governo federal entre julho e setembro, segundo pesquisa da Polos/UFMG

Por Clayton Freitas
Atualizado em 14 out 2022, 19h10 - Publicado em 14 out 2022, 12h23
Moradores de rua no Centro: pandemia agravou o problema
Moradores de rua no Centro (Leo Martins/Veja SP)
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Entre os meses de julho a setembro deste ano, em média, 71 pessoas passaram a morar nas ruas da cidade de São Paulo, segundo dados divulgados pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (Polos/UFMG), feito com base nos dados do CadÚnico, do Ministério da Cidadania.

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Em junho deste ano, levantamento semelhante indicava que eram 42 240 pessoas vivendo nas ruas da capital. Dados divulgados nesta quinta-feira (13) indicam que agora são 48 675, numa diferença de mais 6 435 pessoas, o que representa alta de 15,2% no período.

Ainda segundo os dados, sozinha a capital representa 56,6% do total de pessoas em situação de rua de todo o estado, calculado em 85 992 pessoas. Em todo o país, a população de rua é composta por 213 371 pessoas.

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Um levantamento divulgado em janeiro pela Prefeitura de São Paulo indica um número muito menor de pessoas vivendo nas ruas, de 31 884 pessoas, número 52,6% menor do que o divulgado pela Polos/UFMG. Entretanto, a pesquisa da Prefeitura indicava uma alta de 31% na população de rua entre 2019 a 2021 (era 24 344 há três anos).

Entidades que atuam com essa população sempre indicaram que o número da prefeitura estava defasado, e a quantidade de pessoas nas ruas estimada poderia chegar a até 60 000, embora essas entidades que todos os dias oferecem assistência social não seja a responsável por fazer pesquisas.

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Os dados divulgados pela Polos/UFMG são de um sistema do governo federal alimentado pelas próprias prefeituras. A inscrição atualizada no CadÚnico é um dos critérios empregados pelo governo federal para concessão de benefícios sociais, entre eles o Auxílio Brasil.

O que diz a prefeitura

Alexis Vargas, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura, o CadÚnico não é a medida mais correta para aferir a quantidade de pessoas nas ruas. “Não temos um indicador que nos mostre se houve evolução nos últimos meses”, afirmou.

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Apesar disso, ele não descarta que novos cadastros e atualizações no CadÚnico tenham sido feitas com o objetivo de evitar a suspensão de benefícios sociais tais como o Auxílio Brasil, o que pode ter influído nos números. “Existe uma questão relativa à atualização. Pode ser que a pessoa esteja cadastrada, mas não esteja mais na rua. É diferente do Censo, em que se faz uma varredura daquele momento”, explica.

Em relação ao que tem sido feito para atendimento da população em situação de rua na capital, Alexis afirmou que a Prefeitura de São Paulo vem criando novas formas de acolhimento, diversificando o que vinha sendo feito até então, em que as pessoas eram apenas levadas para grandes centros de acolhida. Agora, uma das alternativas é a de criar unidades menores, com um número menor de pessoas.

Outra é a proposta, ainda dependente de regulamentação, do Auxílio Reencontro, que, na prática, prevê auxílio financeiro para quem acolher pessoas em situação de rua.

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Alexis afirmou ainda que outra medida é a de ampliar o leque de locações sociais. Para isso, a administração planeja lançar PPPs para obras novas e para retrofit dentro da região central e ainda restauro de prédios já existentes. “O subsídio será conforme a renda e composição familiar”, diz o executivo. Esses valores obedecerão a métricas que estão sendo elaboradas com o apoio técnico do Insper.

O último pilar é em relação a geração de renda. A proposta é ampliar a quantidade de vagas de bolsa trabalho. Outra frente é a de estimular que empresas terceirizadas e que prestam serviços à prefeitura absorvam essa mão de obra.

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