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Falta de chuvas pressiona Sistema Cantareira em São Paulo

Reservatórios mantêm-se em níveis inferiores ao necessário

Por Agência Brasil
Atualizado em 22 Maio 2024, 18h31 - Publicado em 18 fev 2021, 21h30
Imagem mostra foto da represa de Atibainha, que integra o Sistema Cantareira
Represa de Atibainha, que integra o Sistema Cantareira (Luis Moura/Folhapress/Divulgação)
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Uma cartilha divulgada pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) nesta quinta-feira (18) alerta para o fato de a redução da média histórica de chuvas nos últimos anos ter mantido os reservatórios do Sistema Cantareira em níveis abaixo do necessário. Segundo o consórcio, desde a crise hídrica de 2014, o armazenamento de água no sistema não voltou aos níveis seguros para evitar desabastecimento.

O Sistema Cantareira é o maior manancial da Região Metropolitana de São Paulo, com capacidade de 973,9 bilhões de litros de água, e abastece diretamente 10 milhões de pessoas.

“O recomendado é que, após o período das chuvas mais intensas, entre os meses de março e abril, os níveis de armazenamento do Sistema Cantareira estejam no mínimo na ordem de 75%” ressalta o texto da cartilha. Em 2020, o volume nos reservatórios nessa época do ano correspondia a 64,6% do total e nos anos anteriores havia sido ainda menor.

Isso acontece porque desde 2017 as chuvas nas cabeceiras dos rios que abastecem o sistema têm ficado abaixo dos 1,5 mil milímetros anuais, média histórica antes da crise hídrica. Em 2020, choveu 23,2% menos do que o esperado.

“Em 2021 o Sistema Cantareira adentrou o ano com apenas 36% de reservação de água e com baixa expectativa de recomposição de seu volume até março/abril, quando deverá atingir seu volume de reservação máxima”, alerta a cartilha.

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O consórcio alerta ainda que a região metropolitana tem crescimento populacional constante e já sofre com eventos climáticos extremos, como a estiagem de 2014, ligados às alterações do clima no mundo. “Desde então [crise hídrica], o sistema não se recuperou completamente, fato que evidencia o reflexo da incidência dos eventos climáticos extremos e do comportamento das chuvas, que tem ocorrido em menor volume na região”.

Previsões

O consórcio traçou quatro possíveis cenários para este ano. Na previsão mais otimista, os reservatórios do Cantareira encerrariam o ano com 44,2% da capacidade útil. Na pior previsão, o sistema teria apenas 18,4% do volume útil total no fim do ano.

“Não teremos falta de água nas Bacias PCJ para o ano de 2021, porém, novamente não atingiremos os níveis recomendados de armazenamento de água, fato que nos apresenta um sinal de alerta principalmente pela baixa incidência de chuvas constatadas nos últimos anos”, avalia o consórcio.

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Recomendações

Para manter a segurança hídrica na região, o consórcio recomenda uma série de políticas que permitam mais armazenamento de água e melhor uso do recurso. Entre as medidas sugeridas, estão os parques alagáveis e piscinões ecológicos que além de reduzir o impacto de inundações, permitem o armazenamento de água.

O consórcio também aponta como ação efetiva incentivos do Poder Público para que residências e empresas tenham cisternas para armazenar água da chuva, destinada a usos menos nobres, como limpeza de piso e rega de jardim.

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