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LG anuncia saída do mercado de smartphones e fábricas entram em greve

Três produtoras terceirizadas que produzem celulares para a empresa sul-coreana cobram seus direitos; indústria da marca em Taubaté também está em greve

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h26 - Publicado em 5 abr 2021, 15h50
foto aérea da fábrica da LG em Taubaté
Fábrica da LG em Taubaté, em greve desde o dia 26 de março; 400 funcionários integram o setor de produção de celulares da marca (Reprodução/TV Vanguarda/Divulgação)
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Trabalhadores de três fábricas fornecedoras da LG no Brasil entrarão em greve a partir desta terça-feira (6). A decisão acontece após a gigante sul-coreana anunciar, nesta segunda (5), o encerramento da produção de celulares da marca, o que custará cerca de 430 empregos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, no interior de São Paulo. Junto das fornecedoras, a fábrica da LG em Taubaté, também no interior, já está em greve desde o dia 26 de março 400 empregos da área de celulares estão ameaçados.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a decisão pela greve foi tomada como forma de pressionar a empresa sul-coreana a preservar empregos e direitos nas fornecedoras Sun Tech, em São José dos Campos, Blue Tech e 3C, ambas em Caçapava, cidade vizinha a São José dos Campos. As três fábricas produzem exclusivamente celulares para a LG e a decisão de interromper a produção de celulares pode levar ao fechamento de 430 postos de trabalho, a maioria ocupados por mulheres.

A luta dos trabalhadores das fornecedoras, terceirizadas, é por um posicionamento transparente sobre o futuro das fábricas por parte da LG e pela garantia de que todos os direitos sejam pagos caso ocorra o fechamento das unidades. O Sindicato dos Metalúrgicos disse que vai lutar pela manutenção dos postos de trabalho e reivindicará que todos os direitos pagos aos trabalhadores da LG sejam estendidos às funcionárias das fornecedoras em caso de fechamento.

“O processo de desindustrialização segue em alta no Brasil e não podemos admitir que os governos permaneçam omissos, principalmente em cenário de pandemia. A LG é responsável por cada posto de trabalho nessas fábricas. Vamos exigir, na luta e nos tribunais, que todos os direitos sejam garantidos. A terceirização, amplamente adotada pela empresa, tem como reflexo a precarização de direitos e insegurança jurídica. Mas aqui as trabalhadoras lutarão bravamente por seus empregos e direitos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

A decisão da LG pelo encerramento da produção de celulares

Com o anúncio desta segunda-feira, a LG se torna a primeira grande empresa que produz celulares a se retirar deste mercado. A sul-coreana afirma que o fim das operações foi definida após sucessivos prejuízos na área. Antes, a companhia havia tentado vender todo o setor, mas, sem sucesso, optou pelo encerramento das atividades.

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“Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares (US) [em perdas] até o final de 2020”, informou a LG em nota.

Desde fevereiro o mercado internacional já sabia que a gigante sul-coreana estava tentando a venda de sua produção global de celulares. Mas, após fracassos em negociações, a empresa decidiu fechar o setor em vez de vendê-lo, como revelado no fim de março pela Bloomberg.

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