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Os dez mais: gigantes de São Paulo que são os campeões em suas áreas

Confira os campeões da capital em vendas, redes sociais, saúde, moradia e muito mais

Por Alice Padilha, Ana Carolina Soares, Guilherme Queiroz, Matheus Prado, Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 jan 2020, 11h54 - Publicado em 10 jan 2020, 06h01
 (Germano Luders/Veja SP)
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SUPERMERCADO QUE MAIS FATURA

Sabe qual é a loja (ponto único de venda) que mais fatura em São Paulo e no Brasil? Não fica na Faria Lima nem na Paulista, mas sim na Avenida Parada Pinto, no Horto Florestal, Zona Norte. Trata-se do hipermercado Andorinha, que, apesar de desconhecido no centro expandido, completou 45 anos em agosto e é o comércio varejista mais popular da região. A casa começou apenas como uma vendinha de esquina, posta de pé pelo comerciante luso-brasileiro Thomaz Gouveia Netto.

Hoje fatura em média mais de 40 milhões de reais por mês, segundo dados de 2019 do relatório “300 maiores empresas do varejo brasileiro”, elaborado anualmente pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. O crescimento vertiginoso foi construído aos poucos, um puxadinho de cada vez e sem perder o diálogo direto com o público da ZN. Há promoções diárias pré-agendadas, mais de noventa caixas de pagamento para evitar filas, estacionamento coberto gratuito e mais de 1 000 colaboradores durante o ano, muitos deles moradores da Zona Norte que fazem carreira por ali. Para que os clientes se sintam em casa, os funcionários são orientados a não chamar a atenção de quem estiver consumindo produtos dentro da loja.

E a companhia vai além. Oferece opções de exercício físico à terceira idade e se associa com igreja e ONGs da região para realizar campanhas, eventos e arrecadações. É esse senso de comunidade que parece conquistar o público. A última grande fase do plano de expansão, realizada em 2009, agregou um shopping ao mercado. São dois andares com cerca de noventa lojas e praça de alimentação. E já há projetos para nova ampliação, que acrescentará cinema e academia aos serviços ofertados por ali.

Três dos filhos do fundador Gouveia, Alécio, Adilson e Amauri, assumiram o comando da empresa quando o pai faleceu, em 1993. Os dois primeiros ainda tocam o projeto, enquanto o terceiro, que saiu da sociedade, comprou um supermercado rival no pedaço, chamado TriMais. Discretos, em 2003 tiveram o nome envolvido em uma investigação sobre lavagem de dinheiro com loterias. Procurados, preferiram não dar entrevista.

Outro grande empreendimento de varejo na Zona Norte, o Bergamini é o segundo que mais fatura no país, atrás do Andorinha, com cerca de 25 milhões mensais. E, pasmem, também é da família — nesse caso, do lado materno dos irmãos Gouveia.

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Campeão nacional: lucro de 40 milhões de reais por mês coloca o hipermercado Andorinha no topo do pódio em São Paulo e no Brasil (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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MUITO INSTAGRAMÁVEL

O Parque Ibirapuera é o lugar preferido dos paulistanos e turistas que correm atrás da foto perfeita para o Instagram. Juntas, as hashtags “ibirapuera”, “parqueibirapuera” e “ibira” somam mais de 1,4 milhão de postagens, recorde entre os pontos turísticos. Para encontrar a composição perfeita, vale um pouco de tudo, de cliques arquitetônicos a posar com o cachorrinho depois do passeio. O Ibirapuera foi inaugurado em 1954, para celebrar o quarto centenário de São Paulo. São quase 1,6 milhão de metros quadrados — o equivalente a 32 estádios do Pacaembu. O local abriga museus e uma coleção de prédios assinados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, além de mais de 500 espécies de plantas nativas e exóticas. A partir deste ano, e pelos próximos 35, a Construcap será a responsável pela preservação e operação do parque. É a primeira vez que ele será comandado por uma empresa. Entre as promessas da nova gestão estão a instalação de mais banheiros e vestiários, a extinção de algumas vias periféricas de afalto e a revitalização de pontos como a marquise, o planetário e a Oca. Serão investidos pelo menos 85 milhões de reais nos três primeiros anos de concessão.

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Dono dos cliques: 1,4 milhões de postagens com as hashtags #ibirapuera, #ibira e #parqueibirapuera (Rogerio Pallatta/Veja SP)

OS CAMPEÕES DO APLICATIVO

A combinação Uber-metrô é um clássico do transporte paulistano. A estação campeã como destino dos usuários do aplicativo é a Tucuruvi, na Zona Norte (foto). Os aeroportos e terminais rodoviários também estão no alto do pódio. Para quem vai em direção a um shopping, o Eldorado fica em primeiro lugar do ranking (o Uber não divulga números absolutos de corridas). Os parques favoritos dos clientes são Ibirapuera, Villa-Lobos e Independência. Entre os endereços que concentram bares e baladas, lideram as ruas Augusta e Aspicuelta, seguidas pela Praça Roosevelt. Outra curiosidade: os estrangeiros que mais usaram a plataforma por aqui vieram, em primeiro lugar, da Cidade do México e, depois, de Santiago, no Chile, e Buenos Aires, na Argentina. Já os paulistanos em viagem utilizaram mais o aplicativo em Lisboa, Buenos Aires e Miami.

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Estação Tucuruvi: o destino mais selecionado no Uber (Jales Valquer Fotoarena/Veja SP)

VIAGEM DIÁRIA: 78,3 KM

Do Ipiranga, na Zona Sul, ao Rio Pequeno, na Zona Oeste. A maior linha de ônibus da capital conta com 78,3 quilômetros de extensão, somados os percursos de ida e volta. É quase o caminho até Santos, no litoral, que totaliza 80 quilômetros. O trajeto, que começa na Avenida Inhaíba, perto da Rua Vergueiro, passa por avenidas como Doutor Ricardo Jafet, Jabaquara, Indianópolis e Brigadeiro Faria Lima e termina nas proximidades da Rodovia Raposo Tavares. São 103 pontos no sentido Ipiranga e 89 paradas no sentido Rio Pequeno. Por dia útil, a linha recebe, em média, 16 078 passageiros.

EMPIRE STATE RESIDENCIAL

Quem visita o Tatuapé fica surpreso com a altura do Residencial Figueira Altos. Localizado na pacata Rua Itapeti, seu tamanho destoa quando comparado ao dos condomínios vizinhos, que têm em média trinta andares. Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2021, todos os cinquenta pisos do Figueira já foram erguidos e somam 170 metros. O edifício empata em altura com o Mirante do Vale, que detém a marca de prédio mais alto da cidade, e se torna o residencial de maior estatura, de acordo com o arquiteto e professor na FAU-USP Nabil Bonduki. É um empreendimento de alto padrão, da Porte Engenharia e Urbanismo, com um apartamento de 337 metros quadrados por andar e uma cobertura dúplex. Cada um sai a partir de 5 milhões de reais, e só há uma unidade ainda disponível. O local virou ponto turístico, conta o comerciante Rubens Fernandes. “As pessoas param muito aqui para tirar selfies. Elas acham esquisito e comentam bastante.”

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170 metros de altura: Residencial Figueira Altos conta com 50 andares, com um apartamento em cada (Divulgação/Veja SP)

A LOCAÇÃO PREFERIDA DO AUDIOVISUAL

Se todo turista que chega à capital quer tirar uma foto na Avenida Paulista, não há na cidade um cartão-postal mais procurado por cineastas para a realização de seus filmes. Só em 2019, cinquenta produções usaram a via mais famosa de São Paulo como locação de longas e curtas-metragens, seriados e novelas. Inclui-se na lista Conquest, série do ator e produtor Keanu Reeves, filmada entre agosto e setembro do ano passado. Vale lembrar que outros estrangeiros já haviam desembarcado na Paulista. Cenas da Parada LGBT de 2016 foram utilizadas na segunda temporada de Sense8, e um dos episódios de Black Mirror teve gravação por lá. Ambas as séries são da Netflix. Badalado evento esportivo, a Corrida de São Silvestre, que ocorre anualmente em 31 de dezembro, foi tema do documentário São Silvestre (2013), da cineasta paulistana Lina Chamie. O Parque Ibirapuera, a Avenida Doutor Chucri Zaidan e a Praça Franklin Roosevelt são também pontos buscados pelos realizadores.

Na outra ponta estão os locais de exibição. Não à toa, o maior complexo da capital recebeu, em 2019, a maior quantidade de pessoas. É o do Cinemark do Shopping Aricanduva, que conta com treze salas, somando 2 814 assentos. Segundo o portal Filme B, 1,1 milhão de pessoas compraram ingresso no cinema da Zona Leste, o mais concorrido da cidade.

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Famosa mundialmente: Avenida Paulista já foi cenário para produções audiovisuais internacionais (WSFURLAN/GETTYIMAGES/Veja SP)
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30 000 SANDUÍCHES

O McDonald’s do número 1811 da Avenida Paulista pode ser novinho, novinho. Mas já é a loja campeã de vendas no país. Só do sanduíche Big Mac são servidas em média 30 000 unidades por mês. Aberta desde outubro em um casarão, a lanchonete é apelidada de Méqui 1000 — trata-se da milésima loja brasileira. Chama atenção por estar sempre bombada e pelo ambiente diferentão, que conta até com uma escultura gigante do sanduba símbolo da marca. Outro ímã de multidões na capital é a rede americana Outback Steakhouse, com 24 casas na cidade, todas especializadas em carnes. A filial do Shopping Center Norte permanece o endereço com maior o número de clientes do mundo. Haja costelinha!

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Méqui 1000: novo restaurante vende 30 000 Big Macs por mês (Divulgação/Veja SP)

MAIS DE 1 000 PARTOS POR MÊS

O Hospital e Maternidade Santa Joana, unidade particular localizada no Paraíso, foi criado no fim da década de 40, com o nome de Casa de Saúde Santa Joana, por um grupo de médicos especializados na saúde da mulher que buscavam encontrar mais leitos para suas pacientes. No início, em 1948, apenas dez partos eram realizados ali por mês. Atualmente, o local conta com uma média mensal de 1 100 partos, o maior número entre os hospitais privados e públicos de São Paulo, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. “Nossa história sempre foi voltada para o cuidado da mulher e do recém-nascido. Temos estrutura para as diversas complexidades de uma gravidez, como a de alto risco e a do bebê prematuro, além de focarmos em um cuidado humanizado”, explica o doutor Marco Zaccarelli, diretor comercial. Segundo ele, o hospital foi o primeiro do país na implantação de suítes de parto que simulam o ambiente domiciliar, o Labor and Delivery Room. “Nossa meta é cada vez mais ampliar o foco na saúde integral da mulher e do bebê”, conta Zaccarelli.

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médicos em maternidade, junto com recém-nascidos
Hospital e Maternidade Santa Joana: 1 100 partos realizados por mês (Léo Martins/Veja SP)

UM LONGO CAMINHO: 26 KM

A Estrada de Sapopemba, que interligava chácaras e sítios da Zona Leste no século XIX, teve a nomenclatura mudada em 1954 por Jânio Quadros — devido à sua importância para a cidade — e se transformou na avenida mais longa de São Paulo. Com seus 26 quilômetros dentro do município, a Avenida Sapopemba continua por Mauá, volta a ser estrada e termina em Ribeirão Pires. Há trechos de pista dupla e outros são praticamente rurais. Na cidade, a paisagem é de comércios e residências, acompanhada de um monotrilho construído em 2019.

IGREJA CASAMENTEIRA

Em um único sábado, até seis casais juram amor eterno diante do altar da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, peça feita de madeira entalhada com data estimada de 1740. Por ano, são realizados cerca de 350 matrimônios por lá, e os noivos precisam marcar a cerimônia com até 24 meses de antecedência, além de pagar uma taxa em torno de 4 000 reais. Tão disputado, o local oferece um guia de 106 páginas com regras diversas: o ato de se atrasar é considerado uma espécie de pecado mortal e há ainda um rígido dresscode que condena decotes e fendas, entre outras. Madrinhas ou noivas que surgirem muito “voluptuosas” serão cobertas por echarpes oferecidas na sacristia. A igreja mais disputada para casamentos da cidade foi fundada em 1940, mas só ganhou essa cara de “brasilidade chique” dezoito anos depois, com o projeto inspirado nos templos mineiros e portugueses realizado pelo arquiteto Bruno Simões Magro, catedrático da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. O interior ficou a cargo do pintor e ceramista Antônio Paim Vieira. Quem repara no teto da capela-mor vê a Virgem e o Menino Jesus cercados por representantes de regiões brasileiras.

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Paróquia Nossa Senhora do Brasil: até seis casamentos por sábado (Bruno Niz/Veja SP)
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