Grafite idêntico a Hugo Chávez causa polêmica na internet
Desenho foi pintado nos Arcos do Jânio, no centro da cidade. Autor diz que intenção foi retratar homem negro

Os grafites que tomaram contam do monumento conhecimento como Arcos do Jânio, no centro da cidade, têm causado polêmica. A última delas está relacionada a um desenho que lembra o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.
Nas redes sociais, vários grupos criticaram a pintura e acusaram a prefeitura, administrada pelo petista Fernando Haddad, de permitir arte com carga ideológica.
Em um vídeo publicado na página “Revoltados On-line”, a atriz e jornalista Deborah Albuquerque, conhecida como Barbie Fitness, tece fortes críticas ao grafite. “Isso é uma mancha de sangue na nossa cidade. É o cúmulo. E o nosso prefeito Haddad permitiu que fosse feito um absurdo desses”, diz ela.

A obra foi criada por quatro amigos: Enivo, Rafael Hayashi, Lobot e Bieto. “A proposta foi retratar um homem negro, um mestiço, um brasileiro como nós. A obra não tem nenhuma relação com política ou religião”, disse Enivo. Segundo ele, o grupo de artistas usou retratos de pessoas anônimas como referência. “Às vezes, a maldade está nos olhos dos outros.”
O grafiteiro destacou ainda que o projeto foi capaz de ajudar a revitalizar um marco histórico da cidade que estava degradado. “A cultura dos ‘selfies revoltados’ já está passando do limite. O local antes estava esquecido e eles não falavam nada. É fácil agora criticar a arte, querer transformar o lugar novamente em algo cinza. Eles só sabem reclamar das coisas pelas redes sociais, mas não fazem nada concreto para melhorar a cidade.”
No Twitter, além da desaprovação do grafite, há também piadas sobre o caso. Já o Alexandre Padilha, secretário municipal de Relações Governamentais, criticou quem enxergou Chávez no desenho. “Tem setores da direita “persecutórios”. O grafiteiro pinta um homem negro nos arcos e já saem censurando-o por ser parecido c/o Chavez”, postou em seu perfil no microblog.
O prefeito liberou os grafites nos Arcos do Jânio no último sábado (7). Tombada pelo patrimônio histórico da cidade, a estrutura foi construídos em 1920 e só voltou a figurar no cenário da capital no fim da década de 1980, quando o prefeito Jânio Quadros mandou demolir um cortiço que encobria os arcos.
O próprio Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) autorizou a intervenção.
Confira a repercussão na internet:




