Iniciativas de bairros na cidade focam na educação ambiental dos moradores
Confira dois projetos localizados nas zonas Leste e Oeste
Em 2024, no extremo da Zona Leste, um grupo de mulheres do bairro Jardim Lapenna teve a ideia de criar um bazar sustentável para promover a educação ambiental entre os moradores e impedir o descarte incorreto de lixo nas ruas. A iniciativa surgiu como um grande evento aos sábados, nos quais se trocavam garrafas PET e outros resíduos recicláveis por roupas doadas. “As pessoas entendem que tudo que se joga fora pode ter valor. Nós aceitamos papelão, garrafas, óleo reutilizado, e tudo é trocado pelas moedinhas verdes que distribuímos. O óleo, por exemplo, vale 5 dinheirinhos”, explica Sirlene dos Santos, que faz parte do coletivo Guardiãs do Território, responsáveis pela ação.
Por meio desse projeto, surgiu uma outra iniciativa, em conjunto com a Fundação Tide Setubal e a startup SO+MA, para a criação de um aplicativo que permitisse aos moradores trocar recicláveis por benefícios no comércio local. Chamado Recicla Lapenna, ele foi lançado em junho e, em três meses de funcionamento, chegou à marca de 2 toneladas de material arrecadado. Por meio do aplicativo, é possível acumular pontos e conseguir descontos em lojas de materiais de construção, distribuidora de água e padaria. “Lá, o morador também consegue ver o impacto sustentável que causa com a reciclagem. O aplicativo quantifica o que aquela quantidade de resíduo representa em economia de água, energia e emissão de gás carbônico, por exemplo”, conta Marcelo Ribeiro, gerente de projetos estratégicos da fundação.
Para o ano que vem, a expectativa é chegar a 4 toneladas por mês, além de focar no fortalecimento de uma parte importante desse ecossistema: os catadores, que são responsáveis pela destinação dos resíduos entregues na sede das Guardiãs. “Os catadores fazem rodízio de coleta segunda, quarta e sexta. Queremos fazer parceria com cooperativas para garantir a remuneração deles. Estamos propondo reuniões mensais para entregar EPIs (equipamentos de proteção individual) e fazer atendimentos na UBS com eles. São a parte mais vulnerável desse processo”, diz Ribeiro.
No espaço das Guardiãs, ainda é feito um trabalho de compostagem termofílica e com minhocários, que produzem adubo e biofertilizante para hortas comunitárias.
Do outro lado da cidade, no Alto de Pinheiros, moradores também se organizam semanalmente para fazer compostagem em praças da região. Aos domingos, trinta famílias se reúnem nas praças Carlos Monteiro Brisola e Comendador Manuel de Melo Pimenta com baldinhos recheados de resíduo orgânico e colocam a mão na massa.
“O lixo orgânico é mais ou menos 50% do resíduo domiciliar, e nós queremos impedir que ele chegue no aterro, onde é fonte de gás metano. Começamos em 2018 e é um trabalho de extrema educação ambiental. Conseguimos regenerar uma praça do nosso bairro, na qual fizemos jardins de chuva”, conta Thaís Mauad, integrante do coletivo.
Publicado em VEJA São Paulo de 21 de novembro de 2025, edição nº 2971
Receita: o tiramisu original
Narcisa critica ex-marido Boninho no ‘De Frente com Blogueirinha’
Mural SP: Elvira Freitas Lira





