Continua após publicidade

Empresas paulistanas faturam com a retomada dos jogos de tabuleiro

Setor estima que 368 títulos devam chegar às prateleiras brasileiras neste ano, um crescimento de 60% em relação a 2017

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 14 fev 2020, 16h00 - Publicado em 27 jul 2018, 06h00
Barbosa, da Galápagos: 16 milhões de reais em 2017 (Alexandre Battibugli/Veja SP)
Continua após publicidade

Abandonados por anos no fundo dos armários após a proliferação dos videogames, os jogos de tabuleiro estão novamente conquistando território no mercado de brinquedos. O setor estima que 368 títulos devam chegar às prateleiras brasileiras neste ano, um crescimento de 60% em relação a 2017. Nesse cenário aquecido, a capital passou a abrigar empresas dedicadas à distribuição de novos produtos.

Fundada em 2009 por três estudantes de engenharia da Poli-USP, a Galápagos é hoje a principal desse segmento. Funciona em um prédio de escritórios no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste, onde trabalham trinta funcionários. Com cerca de quarenta lançamentos anuais, o negócio faturou 16 milhões de reais em 2017, um aumento de 700% nos últimos quatro anos.

Um dos seus maiores sucessos é Zombicide, jogo que veio dos EUA no qual os participantes precisam sobreviver a um apocalipse zumbi. É vendido por 420 reais. “No início desenvolvemos nossos próprios games, mas o público se interessa mais por títulos aclamados no exterior e passamos a importá-los”, diz o presidente da marca, Yuri Barbosa.

Outros preferidos dos fãs são os eurogames, com melhor acabamento e regras mais elaboradas, como Mansions of Madness, título de horror e investigação que inclui um aplicativo para fornecer trilha sonora. Seu preço dá a medida da sofisticação: 500 reais. Outras marcas populares no setor são a Devir — responsável pelo jogo O Hobbit, baseado na obra de J.R.R. Tolkien, vendido a 35 reais — e a Mandala — distribuidora do Quartz, game de aventura que custa 139,90 reais.

Jogos de tabuleiro
Kevin e Samanta, da Potato Cat: card game futurista (Marcelo Justo/Veja SP)
Continua após a publicidade

A área também tem despertado o interesse de jovens desenvolvedores. Criada em 2015 por Kevin Oliveira e Samanta Geraldini, dois ex-alunos do curso de jogos digitais da Faculdade de Tecnologia (Fatec), a Potato Cat lançou seu primeiro produto no ano seguinte, por meio de um financiamento coletivo na internet. Chamado de Cartas a Vapor, o projeto consiste em um card game em que os participantes precisam defender uma Porto Alegre retrofuturista da destruição.

“A maioria dos produtos nesse segmento atinge o objetivo ou até arrecada mais dinheiro”, diz Oliveira. Quem deseja conhecer as novidades das lojas tem à disposição algumas luderias abertas recentemente na capital, onde é possível sentar-se em torno de um tabuleiro por algumas horas.

Veteranas notam o aquecimento do nicho. Com mais de oitenta anos, a Estrela se dedica a clássicos como Banco Imobiliário e registrou um aumento de 15% na venda de jogos de tabuleiro entre 2016 e 2017, alcançando um faturamento de 100 milhões de reais nesse tipo de produto. “É a categoria que mais cresce no mercado internacional de brinquedos”, diz o presidente da empresa, Carlos Tilkian.

Continua após a publicidade

O interesse do público pode ser medido no portal Ludopedia, que reúne informações sobre lançamentos e funciona como uma rede social de jogadores. Os acessos ao site dobraram em dois anos, atingindo 33 milhões de visitantes em 2017. A plataforma investiu na criação de um e-commerce que permite a venda de jogos usados, e o número de transações aumenta 40% ao ano.

Eventos como o Diversão Offline também servem para calcular a movimentação nos tabuleiros. Em sua primeira edição, em março deste ano, na Consolação, reuniu editoras nacionais para a entrega de prêmios e lançamentos, atraiu 5 000 pessoas e movimentou mais de 500 000 reais.

Game_Vault
Espaço da Game Vault (Divulgação/Veja SP)
Continua após a publicidade

Onde jogar na capital

Doidos por Dados. Clube de jogos de tabuleiro e RPG. Dispõe de uma coleção de 300 títulos e oferece monitores. A entrada custa 15 reais de terça a quinta, e 25 reais de sexta a domingo. Rua Doutor Neto de Araújo, 397, Vila Mariana, ☎ 94261-9136.

Encounter Board Game. A empresa leva jogos para restaurantes e oferece monitores para orientar o público. Um dos pontos é o Stue, que dispõe de 150 títulos a seus fregueses. O serviço custa 20 reais por pessoa. Quartas, quintas e domingos, das 18h à 0h; sextas e sábados, das 18h à 1h. Restaurante Stue. Rua Girassol, 320, Vila Madalena, ☎ 99845-4090.

Game Vault. Estabelecimento que reserva espaço para que os clientes experimentem mais de 250 títulos. O serviço é gratuito. Rua das Azaléas, 138, Mirandópolis, ☎ 3796-8942.

Playeasy. Loja de jogos de tabuleiro que disponibiliza cópias abertas para o público. Rua Pedro Taques, 47, Consolação, ☎ 2594-9933.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.