Lang Lang: ” Se as pessoas prestarem atenção, acredito que vão se sentir atraídas pela música clássica”
Pianista chinês se apresenta pela primeira vez no Brasil, dias 20 e 22 de maio, na Sala São Paulo. Ingressos já estão à venda
Destaque internacional ao abrir as Olimpíadas de Pequim, em 2008, Lang Lang virou um fenômeno. Com apenas 30 anos, o pianista chinês lota concertos no mundo todo. Em 2009, esteve na lista de “100 Pessoas Mais Influentes”, da revista “Time”, além de, no ano anterior, ter sido considerado pela “People Magazine” um dos homens mais sexies da atualidade. Ainda assim, o músico que se apresenta na Sala São Paulo nos dias 20 e 22 de maio, às 21h, ainda é pouco conhecido no Brasil.
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Engajado, quando não está em turnê, o pianista dedica-se à Lang Lang Internacional Music Foundation desde 2008, por meio da qual realiza programas focados em crianças e promove aulas de música clássica e eventos musicais como competições de piano e concertos de diversos tipos.
O repertório da apresentação paulistana começa com Bach (“Partita nº 1”), passa por Schubert (“Sonata em Si bemol, D.960”) e termina com Chopin (“Estudo op. 25, nº12”). Os ingressos começaram a ser vendidos na última sexta (20). Os valores variam entre R$ 140 e R$ 330. Além das vendas normais, meia hora antes das apresentações, serão comercializados ingressos a R$ 10, destinados apenas a estudantes. Além das apresentações em São Paulo, o pianista passa pelo Rio de Janeiro no dia 24 de maio, no Theatro Municipal.
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Por e-mail, Lang Lang conversou com a VEJA SÃO PAULO:
VEJA SÃO PAULO – Esta é sua primeira vez no Brasil. Quais são suas expectativas para tocar no país?
Lang Lang – Será ótimo compartilhar com o público brasileiro as músicas de Bach, Schubert e Chopin. O clima é ótimo e pretendo conhecer o que eu puder na cidade se tiver tempo.
VEJA SÃO PAULO – No Brasil, a música clássica não é popular, principalmente entre os jovens. Que ações você acha que faltam para estimular o gênero?
Lang Lang – A música clássica tem grande tradição e é uma linguagem universal. Se as pessoas prestarem atenção, acredito que vão se sentir atraídas. Os músicos têm muito trabalho a fazer, não apenas praticar seu repertório, mas também apresentar e divulgar a música o máximo que puderem. A educação é também uma maneira de compartilhar a música clássica. Desde 2008, eu dirijo a Lang Lang Music Foundation e inaugurei minha primeira escola de música, Lang Lang Music World, em Shenzhen, China, no início deste ano. Espero contribuir com meu esforço para aumentar o número de pessoas que aprenderá e ouvirá musica clássica na próxima geração.
VEJA SÃO PAULO – Muitos dos grandes pianistas e violinistas revelados na última década vêm da China ou tem origem chinesa. O que há de diferença na educação musical dos chineses que possibilita essa quantidade de talentos?
Lang Lang – Desde que a China se abriu para o mundo, mais pessoas passaram a reconhecer a importância da música clássica. Para os pais e os familiares, é muito importante que suas crianças a aprendam. E muitas crianças chinesas trabalham muito duro neste aprendizado e desenvolvem uma técnica muito boa.
VEJA SÃO PAULO – Você é famoso por sua técnica impressionante. Há quem diga ser sobrenatural. Como equilibrar a velocidade nas notas com o sentimento que uma composição como a ” Sonata em Si bemol, D.960″, de Schubert, exige do músico?
Lang Lang – A técnica é uma base importante para tocar piano, mas ao mesmo tempo você deve prestar atenção à musicalidade. Ao praticar, é preciso encontrar cada detalhe interessante na obra e continuar analisando e imaginando. A sonata de Schubert não é tecnicamente tão difícil, mas requer um grande senso de estrutura, harmonia e melodia.
VEJA SÃO PAULO – Com tantos concertos agendados mundo afora, como você arruma tempo para praticar o piano?
Lang Lang – Normalmente eu ensaio em hotéis. Sinto-me confortável com isso, não me importa o local, desde que eu pratique. Eu também “pratico” sem o piano. Leio a partitura e a analiso para poder mentalizá-la.
VEJA SÃO PAULO – Poucos pianistas no mundo tem esse apelo de popstar. Como você lida com isso? Quais são seus projetos para o futuro?
Lang Lang – Não é tão importante quem eu sou. Eu me preocupo com o que eu estou fazendo. Quero contribuir com a música clássica o máximo que eu puder, com minha fama e o que mais eu puder fazer. No futuro próximo, pretendo trabalhar muito em minhas escolas de música e na minha fundação.
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SERVIÇO
Plateia Central, Plateia Elevada 1, Balcão Mezanino e primeiras filas
do Camarote Mezanino: R0,00
Plateia Elevada 2: R$260,00
Coro, segundas e terceiras filas do Camarote Mezanino, Camarote 13 e
Camarote 14: R$190,00
Balcão superior e Camarotes do Superior: R$140,00