República universitária tem história contada em livro
A 'Cadopô', da Escola Politécnica da USP, foi fundada em 1957 e recebeu em torno de mil moradores

O alojamento para alunos da Escola Politécnica, fundado em 1957, ganha livro com histórias contadas por ex-moradores
Após diversas reivindicações de alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que completa 120 anos neste mês, foi inaugurada em 1957 na Rua Afonso Pena, no Bom Retiro, a Casa do Politécnico. Apelidada de Cadopô, contava com quarenta apartamentos, onde moravam 110 estudantes. Em sua maioria, eram jovens de poucos recursos e vindos de fora da capital.
O local virou uma espécie de clube, com hino e jornal próprios. Nos dez pavimentos do prédio, rolavam churrascos, partidas de futebol, bailes, rodas de samba e calorosas discussões políticas. A casa ficava ao lado da antiga Poli, imóvel que hoje abriga a Fatec. Com o tempo, os cursos de lá foram se mudando para a Cidade Universitária, no Butantã, e alguns moradores preferiram migrar para o conjunto residencial anexo, o Crusp.
“Aos poucos, a Cadopô foi perdendo sua função inicial e se tornou um alojamento aberto, até seu esvaziamento e deterioração”, diz Pedro Tambellini, organizador do livro recém-lançado Causos da Casa do Politécnico, que reúne histórias divertidas de ex-moradores e frequentadores. Nas cerca de duas décadas em que abrigou apenas estudantes da Poli, o endereço recebeu em torno de 1.000 moradores. Em 2008, a prefeitura desapropriou o edifício, que está em obras para receber o Arquivo Histórico de São Paulo.
