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Surfista Mineirinho é primeiro brasileiro a atingir topo do ranking

Apesar do apelido, Adriano de Souza é paulista do Guarujá

Por Daniel Salles
Atualizado em 1 jun 2017, 18h32 - Publicado em 28 Maio 2011, 00h50
Mineirinho Adriano de Souza 2219
Mineirinho Adriano de Souza 2219 (Basilio Ruy/)
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Dominado nas duas últimas décadas pelo americano Kelly Slater, detentor de dez títulos mundiais, o surfe é um raro exemplo de esporte no qual pouquíssimos brasileiros conseguiram projeção internacional. Na sexta-feira (20), a maré parece ter virado a nosso favor: o paulista Adriano de Souza, mais conhecido como Mineirinho, levou a melhor na terceira etapa do principal torneio do circuito mundial, o World Championship Tour (WCT), disputada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Mas não só isso: com a pontuação obtida, ele foi catapultado para a dianteira do ranking profissional, façanha jamais conquistada por um conterrâneo e que faz dele o nome mais importante da modalidade no país. “Foi uma emoção indescritível, mas ainda tem muita coisa para acontecer no torneio até o fim do ano”, diz. “Meus oponentes farão de tudo para me superar.”

Com cara de bom moço e sorriso permanente, o surfista não tem nada de mineiro. Nasceu no Guarujá e seus pais, uma dona de casa e um estivador que trabalhou boa parte da vida no Porto de Santos, vieram do Rio Grande do Norte. O apelido foi estabelecido graças a seu único irmão, o militar Ângelo de Souza, doze anos mais velho que ele e tido pelos amigos como um sujeito acabrunhado e de poucas palavras. “Passaram a chamá-lo de Mineiro e a mim de Mineirinho”, explica o caçula. Ângelo é uma figura importante na vida de Adriano, que cresceu em um bairro pobre localizado na periferia do Guarujá. “Ele me deu minha primeira prancha, pois meus pais não tinham dinheiro para isso”, lembra.

Sua sorte começou a mudar em 1997, quando seus feitos sobre as ondas chegaram aos ouvidos do treinador de surfe Luiz Henrique Saboia, que decidiu observá-lo. “Identifiquei nele uma grande capacidade e uma enorme disciplina, mesmo tendo apenas 9 anos”, conta Saboia, que se transformou em empresário e mentor da promessa. A parceria renderia frutos importantes. Em 2004, aos 16 anos, Adriano se tornou o mais jovem competidor a vencer o torneio juvenil da Associação de Surfistas Profissionais (ASP). Um ano depois, sagrou-se campeão no World Qualifying Series (WQS), espécie de categoria de acesso para a divisão de elite, na qual ingressou em 2006. Em 2009, nova conquista: terminou o WCT em quinto lugar. “Ele realiza excelentes manobras aéreas, que costumam render boas notas dos jurados”, elogia o ex-profissional das ondas Teco Padaratz, um dos brasileiros que mais se destacaram no exterior.

A rotina de caldos, parafina e competições ao redor do globo impediu Mineirinho de mergulhar nos estudos — ele parou no 2º ano do ensino médio. Mas graças ao esporte conseguiu mudar de vida. Só com premiações já faturou o equivalente a 1,2 milhão de reais — cerca de 3 milhões a menos que seu oponente Kelly Slater. Ficou rico? “Consegui dar um pouco de conforto à minha família, mas levo uma vida simples”, limita-se a dizer, mineiramente. Aos 24 anos, mora em um sobrado em Laguna Niguel, cidade da Califórnia (EUA) banhada pelo Oceano Pacífico. A namorada, a modelo catarinense Patrícia Eicke, de 19 anos, que vive em Florianópolis, ele encontra apenas nos intervalos entre as provas. “Ainda preciso treinar muito para virar um campeão.”

PERFIL E CARREIRA

Idade: 24 anos

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Altura: 1,67 metro

Peso: 65 quilos

Cidade natal: Guarujá

Onde mora: Laguna Niguel, Califórnia (EUA)

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Estado civil: solteiro, namora a modelo catarinense Patrícia Eicke, de 19 anos

Principal ídolo: o australiano Mick Fanning, campeão mundial em 2007 e 2009

Maiores conquistas: assumiu a liderança na classificação mundial em 2011 e terminou o torneio internacional de 2009 em quinto lugar. Em 2004, tornou-se o atleta mais jovem a vencer um campeonato juvenil ad Associação de Surfistas Profissionais

Quanto já faturou no esporte: o equivalente a 1,2 milhão de reais

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surfe 2219
surfe 2219 ()

Eles quase chegaram lá

 

VICTOR RIBAS

Em 1999, o fluminense terminou o principal torneio mundial (WTC) em terceiro lugar

 

 FÁBIO GOUVEIA

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O paraibano concluiu o circuito internacional de 1992 em quinto lugar

 

TECO PADARATZ

Sagrou-se bicampeão no WQS, espécie de categoria de acesso para a divisão de elite do esporte

 

PETERSON ROSA

Tricampeão brasileiro, faturou a sétima posição do WCT em 2001

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