Moradores de rua migram do Masp para praça nos Jardins
Vizinhança do Parque Trianon acionou a GCM, que dispersou a movimentação na Praça Alexandre de Gusmão
No último final de semana, moradores da região do Parque Trianon, nos Jardins, se depararam com um cenário diferente na Praça Alexandre de Gusmão: pelo menos dezessete barracas de moradores de rua haviam sido instaladas na madrugada de sexta (6) para sábado (7).
O presidente do Conselho de Segurança Pública (Conseg) dos Jardins Rodrigo Salles diz que a concentração é decorrente de uma ação de “limpeza” no vão do Masp realizada pela prefeitura regional da Sé, que teria causado a migração dos moradores de rua para a Praça Alexandre de Gusmão.
“O final de semana foi caótico. Os moradores ficaram bem descontentes com o estado geral da praça. Além de estar em reforma há mais de três meses, ficou impossível transitar no final de semana com a presença das barracas”, diz Salles.
Ele conta que uma das reclamações se refere ao lixo que estaria se acumulando entre os entulhos da obra, de responsabilidade da Prefeitura Regional de Pinheiros em cooperação com o Hotel Tivoli Mofarrej. A promessa da subprefeitura é que as obras sejam concluídas até 18 de novembro.
A presença da GCM – acionada pela vizinhança – na tarde de sábado dispersou os moradores de rua. “Sem violência, só com a presença ostensiva dos guardas”, garante Salles.
A reportagem esteve na região na segunda-feira, por volta das 14h, e identificou apenas duas barracas na região da praça. No período da noite do mesmo dia, no entanto, pelo menos seis cabanas estavam montadas.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, em 2017, cresceu o número de ocorrências na região da Bela Vista e da Consolação. No ano passado, a média de registros por tráficos de entorpecentes era de cinco ao mês, número que quase dobrou neste ano. O mesmo ocorreu com os índices de pessoas presas em flagrante, que subiu de treze ocorrências ao mês em 2016 para mais de dezessete neste ano.
Por meio de nota, a Polícia afirmou que “analisa mensalmente os locais com maior incidência criminal e realiza operações visando o combate aos crimes contra o patrimônio e tráfico de entorpecentes”. Além disso, disse que a questão dos moradores de rua cabe ao município.