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Nespresso: inauguradas mais duas lojas da grife

Crescimento do mercado de cafés gourmet em São Paulo é confirmado pelos novos pontos

Por Helena Galante
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h27

Consultora de gastronomia, a argentina Claudia Gonzalez mora em São Paulo há pouco mais de um ano. Antes de se mudar para cá, providenciou uma máquina de café da Nespresso, igual à de sua casa em Buenos Aires. “Se pudesse, teria uma terceira para instalar no bagageiro dos aviões, quando viajo”, conta. A paixão pelos expressos da marca suíça Nestlé ganhou força na cidade com a chegada da charmosa Boutique Bar Nespresso, em dezembro de 2006. Agora, é revigorada pela abertura de mais duas lojas, no Shopping Iguatemi e na Rua Oscar Freire, prometida para terça (5). Ao contrário da matriz, as duas casas não terão serviço de bar e cozinha. As unidades dos shoppings Cidade Jardim e Pátio Higienópolis também não têm. No Iguatemi e na Oscar Freire serão vendidas as máquinas, que custam entre 850 e 1?850 reais e funcionam com o sistema de cápsulas de alumínio. O pó fica acondicionado dentro delas para que seu aroma seja preservado. A caixinha com dez unidades sai entre 19 e 25 reais. Para tirar o expresso, basta escolher um dos dezesseis blends e apertar um botão. “Nosso negócio é o café perfeito na xícara, sempre”, diz o argentino Martín Rozas, diretor da marca no Brasil. Entre 2007 e 2008, o faturamento total da Nespresso aumentou mais de 300%. Para este ano, a expectativa é expandir cerca de 380%. “O crescimento do mercado de vinhos foi uma onda comparado com o tsunami atual dos cafés especiais”, afirma Rozas.

Exagero? Tal otimismo é confirmado pelo diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café e do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo, Nathan Herszkowicz. “Em 2000, nenhuma marca brasileira alcançava a pontuação mínima da nossa certificação gourmet”, relata. “Hoje, estima-se que 25% dos 320 rótulos disponíveis no mercado sejam de alta qualidade.” Na prática, isso significa que cerca de 650 000 sacas produzidas ao ano dão origem a cafés de aroma marcante, baixa acidez e doçura natural. Só no Suplicy Cafés Especiais, 500 quilos de café são vendidos por mês para consumo doméstico e em escritórios. “Desde 2003, temos crescido em média 30% ao ano”, conta o proprietário Marco Suplicy. Pioneira no segmento gourmet, a italiana Illycaf-fè abriu sua primeira cafeteria na cidade no ano passado e começou a comercializar em fevereiro uma nova versão de sua máquina doméstica. “O desafio foi educar o paladar do público”, diz Lauro Bastos, diretor da grife no país. “Quando chegamos, em 1995, o café era cortesia do estabelecimento e só.” Isso é passado, do tempo do coador de pano e da garrafa térmica (argh!). Hoje praticamente todo restaurante cobra pelo café. E não cobra pouco. No Fasano, por exemplo, o expresso Illy é vendido a 7 reais; no Vecchio Torino, a xícara do Lavazza custa 6,90; e, no Dalva e Dito, um Nespresso sai por 5 reais. Virou de fato um requinte de gourmet.

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