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Novas regras para patinetes em SP começam a valer nesta quinta-feira (31)

O decreto sobre o tema foi publicado pela Prefeitura em agosto, mas foi dado prazo às operadoras para se adaptarem

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 14 fev 2020, 15h52 - Publicado em 30 out 2019, 11h12
Patinete
 (Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo/Veja SP)
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Começam a valer nesta quinta-feira (31) as novas regras para o uso de patinetes em São Paulo, como o veto ao tráfego desses veículos em calçadas. O decreto sobre o tema foi publicado pela Prefeitura em agosto, mas foi dado prazo às operadoras para se adaptarem. Outras questões previstas pelo decreto, como o uso de capacete, ainda dependem de regulamentação.

A polêmica sobre as regras para patinetes vem desde maio passado. Naquele mês, a gestão Bruno Covas (PSDB) publicou decreto de regulamentação provisória do uso dos aparelhos, exigindo o uso de capacetes, o que foi posteriormente suspenso após pedido de uma das empresas à Justiça. Nas semanas seguintes houve desentendimento entre a Prefeitura e as empresas, além da apreensão de patinetes nas ruas.

Em agosto, novo decreto foi publicado, com a fixação de regras para os aparelhos. Além da proibição de trânsito nas calçadas, a norma prevê cadastro obrigatório de empresas que ofereçam o serviço e velocidade máxima de 20 quilômetros por hora.

Após o uso, segundo a nova regra, os patinetes deverão ser estacionados em bolsões. Os locais ainda serão discutidos pelo Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV), órgão ligado à Prefeitura. Ainda conforme o decreto, é proibido deixar patinetes em vias públicas, seja nas ciclovias, calçadas ou canteiros centrais de avenidas.

Mas as empresas ainda esperam definição do comitê sobre a criação de bolsões de estacionamentos. Hoje, as próprias operadoras se organizam para retirar patinetes depositados em locais irregulares e improvisam bolsões, principalmente nos arredores de estações de metrô.

A Grow afirmou estar credenciada e disse manter diálogo com a Prefeitura para a definição de uma regulamentação que garanta o acesso das pessoas às novas alternativas de transporte. Já a Scoo disse oferecer o capacete e touca higiênica gratuitamente aos usuários e está devidamente cadastrada. A Lime informou que continua a dialogar com o poder público para que a regulamentação do uso de patinetes na cidade “seja das mais avançadas da região”.

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Procurada, a Prefeitura não detalhou quais devem ser as regulamentações pendentes, nem se haverá adiamento do prazo para que as empresas se adaptem às novas regras.

Novas regras

– Cadastramento: é obrigatório o cadastramento das empresas junto à Prefeitura.

– Circulação: foi mantida a determinação de maio sobre a circulação permitida em ciclovias e ciclofaixas, ruas de lazer previstas no Programa Ruas Abertas e em vias cujo limite de velocidade seja de até 40 quilômetros por hora. É proibido trafegar em calçadas. A velocidade máxima permitida de patinete é de quilômetros por hora, mas nas primeiras 10 corridas de cada usuário, a velocidade máxima permitida deve ser de quilômetros por hora. Fica proibida a utilização de patinetes por menores de 18 anos. É proibido o transporte de animais e cargas acima de 5 quilos.

– Capacetes: o decreto prevê que a obrigatoriedade seja discutida pelo CMUV. As empresas devem advertir os usuários dos riscos de não usar o equipamento de proteção.

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– Estacionamento: após o uso, os patinetes deverão ser estacionados em bolsões. Os locais ainda serão discutidos pelo CMUV. Segundo o decreto, é proibido deixar patinetes em vias públicas, seja nas ciclovias, calçadas ou canteiros centrais de avenidas. Também será definido o valor que as empresas devem pagar mensalmente ao município referente a taxa de uso comercial do espaço urbano.

– Multas: em maio, o decreto provisório já havia estipulado que o descumprimento das regras poderia ocasionar multas para as empresas. Cabe, porém, a cada uma delas definir se o valor será repassado para os usuários. As penalidades podem variar de 500 reais, em caso de circulação dos equipamentos em locais proibidos, até 20 000 reais, caso a operadora não forneça dados dos condutores ou da geolocalização dos equipamentos aos órgãos municipais e em caso de descumprimento de exigências como a contratação comprovada de seguro de responsabilidade civil para cobrir danos.

Risco de acidentes

Levantamento feito pelos Bombeiros de São Paulo de janeiro a agosto deste ano mostra que foram registrados 346 acidentes por queda de patinetes, skates e similares. Em média, são 40 acidentes por mês em todo o Estado. Na capital, no mesmo período foram 59 acidentes. Os bombeiros, porém, não especificam os números de acidentes por tipo de veículo.

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Já um levantamento do Centro de Trauma do Hospital Samaritano Higienópolis, em São Paulo, revelou aumento de quase 20% em internações relacionadas a acidentes com veículos alternativos, como patinetes e similares, no 1º trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2018. A faixa etária das vítimas varia entre 19 a 40 anos.

No País, o caso mais grave ocorreu em Belo Horizonte. O empresário Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, morreu em setembro ao bater a cabeça em um bloco de concreto, depois de cair do equipamento. Batista Júnior, que deixou viúva e dois filhos, nunca havia usado o equipamento antes daquele dia. Na capital mineira, o uso do veículo não é regulamentado e a prefeitura de BH diz ter montado grupo para tratar do assunto.

A Grow afirmou que está em contato com a família do empresário desde o dia do acidente para prestar todo o apoio possível. A empresa disse que “já disponibiliza seguro para todas as corridas feitas com seus equipamentos, inclusive com cobertura para terceiros”.

Uso do capacete

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A reportagem esteve na ciclovia da Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste paulistana, e observou que a maioria dos usuários de patinetes não usa capacete. Em um intervalo de 20 minutos, só duas pessoas passaram com o item de segurança. Um deles era Vinícius Gomes, de 35 anos, que trabalha no mercado de seguros, e já sofreu um acidente. “Não foi nada grave. Estava de patinete e bati na traseira de uma bicicleta. Ela estava devagar na minha frente. De repente, o ciclista parou do nada e esbarrei nele. Apenas machuquei minhas mãos. Mas já presenciei outras colisões entre patinetes e bicicletas”.

Imprudência

Com pressa, alguns usuários “costuram” caminhos entre pedestres mesmo nas calçadas. Outros se arriscam cruzando a avenida fora da faixa de travessia e usando fones de ouvido. Em horário de pico, a “competição” entre patinetes e bicicletas é acirrada. O programador Rafael Menegaz, de 29 anos, diz que é preciso convivência mais pacífica. “O desrespeito não tem relação com o meio de deslocamento, mas como as pessoas utilizam. É preciso conscientizar os usuários e pedestres”.

O bartender Edson Stub, de 34 anos, usa o patinete diariamente da estação do Metrô Faria Lima até a Rua Aspicuelta, na Vila Madalena. Para ele, o gasto de 6 reais por viagem, compensa o deslocamento. “Se viesse de carro, gastaria mais com o estacionamento. Apenas acho que a empresa deveria oferecer capacete”.

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