Número de mortes causadas pela Rota cresce 98%
Secretaria de Segurança Pública afirmou que todas as denúncias contra policiais são investigadas
Praticamente dobrou o número de mortes causadas pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a força policial de elite de São Paulo. O número de ações letais durante as ações do primeiro batalhão de choque da Policia Militar de São Paulo, a Rota, cresceu 98% em 2019. Em 2018, foram 51 mortes. Em 2019, esse número subiu para 101. Contando as mortes ocorridas envolvendo policiais em folga, o número chega a 104.
No geral, a letalidade da polícia militar paulista subiu 2,6% em 2019. Foram registradas 867 mortes envolvendo agentes de segurança do estado, durante o trabalho ou em horário de folga. O número inclui 22 mortes causadas por policiais civis e corresponde a quase 1/5 de todas as mortes violentas registradas no estado de São Paulo no ano passado.
As informações estão no relatório da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo, que foi divulgado no último dia de gestão do ouvidor, Benedito Mariano. Ele considera a letalidade alta e sugeriu que todos os inquéritos policiais devem se concentrar na corregedoria da PM.
Atualmente, praticamente a totalidade dos inquéritos, 97% , é conduzida pelos batalhões de origem dos policiais envolvidos. O relatório foi a última atividade de Mariano como ouvidor da polícia em São Paulo. A partir desta sexta-feira (07), a função fica a cargo de Elizeu Soares Lopes.
Segundo Mariano, esta é a primeira vez em 25 anos que o ouvidor, que tem mandato de dois anos, não foi reconduzido ao cargo. Ele era o primeiro na lista tríplice da categoria. Elizeu era o terceiro.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que todas as denúncias contra policiais são investigadas, as apurações são rigorosas e que não compactua com eventuais desvios de conduta de seus agentes. Segundo a nota, em 2019, 510 policiais foram presos, demitidos ou expulsos.