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Veja as peças em cartaz nos três teatros recém-abertos da cidade

"Bichado" e mais duas montagens podem ser conferidas em novos palcos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 1 jun 2017, 18h15 - Publicado em 12 Maio 2012, 00h50
Terra Santa - 2269
Terra Santa - 2269 (Pedro Loes/)
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✪✪✪ Bichado, de Tracy Letts. Tragicomédia. Em uma linha desafiadora, o diretor Zé Henrique de Paula e o Núcleo Experimental surpreendem com a terceira parte da chamada “Trilogia da Guerra”, que começou com “As Troianas — Vozes da Guerra” e “Casa/Cabul.” A atriz Einat Falbel constrói com vigor uma garçonete que inicia um relacionamento com um veterano da Guerra do Golfo (papel de Paulo Cruz). Obcecado por insetos, o rapaz tem certeza de que foi cobaia do Exército americano e desenvolve uma crescente paranoia. Completam o elenco Alexandre Freitas, Adriana Alencar e Rodrigo Caetano, mas o destaque é a dramaturgia do americano Tracy Letts. A encenação se arrasta um pouco no fim, mas as palavras ali ditas têm seu valor.

Terra Santa, de Mohamed Kacimi. Vendido como uma tragicomédia, o texto do autor franco-argelino ganha montagem mais próxima do drama. Nessa condução insegura, o diretor Rodrigo Feldman desperdiça uma história que poderia encontrar ecos, dada a sua atualidade. E, se o objetivo era ressaltar um certo humor, fixou-se apenas no trágico. A ação centra-se em um casal (interpretado por Imara Reis e Roberto Birindelli) que vive com o filho (o ator Bruno Autran) em uma propriedade cercada pelo Exército. A insegurança, a pobreza e a falta de perspectivas rondam a todos, e a chegada de uma jovem (a atriz Erika Zanão) traz à tona um segredo. Mais experientes, Imara Reis e Roberto Birindelli pouco ou nada podem fazer em cena.

Vermelho-2269
Vermelho-2269 ()

✪✪✪ Vermelho, de John Logan. Antonio Fagundes, 63 anos, um dos nossos atores mais respeitados, e seu filho Bruno Fagundes, de 22 anos, na tentativa de dar os primeiros passos sólidos, estão frente a frente no palco do Teatro Geo. A comédia dramática confronta o artista plástico Mark Rothko (1903-1970) e seu assistente Ken, um aspirante a pintor com os ideais típicos da juventude e ainda ingênuo para saber que só a experiência ajusta algumas equações. A direção firme de Jorge Takla rege e segura os dois lados dessa história. Tanto o equilíbrio ficcional como o embate entre pai e filho (ou artista veterano e iniciante) são conduzidos de forma inteligente para seduzir e inquietar a plateia.

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