PM pede para motoboys reagendarem ato em favor de Lula na capital
Justificativa é a de haver necessidade de programação de efetivo; sindicato diz que ato está mantido
A Polícia Militar encaminhou um ofício para o sindicato dos motoboys (SindimotoSP) pedindo para que eles reagendem um ato marcado para este sábado (29) em favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno das eleições presidenciais com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os motoboys dizem que manterão o ato, que também marcará a entrega de propostas para melhoria das condições de trabalho da categoria.
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Há alguns dias eles divulgaram entre si uma convocação conjunta para que motoboys e entregadores façam um ato a favor de Lula com suas motos, em geral de 150 cilindradas, em um claro contraponto às motociatas de Bolsonaro, em que predominam motos de alta cilindrada e caras. “Tentei falar antes com todos e ninguém quis nos receber”, disse à Vejinha Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, presidente do SindimotoSP.
Ele afirmou que tentou se reunir com representantes da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e PM (Polícia Militar). Sem sucesso, encaminhou nesta quinta-feira (27) comunicados para João Camilo Pires de Campos, secretário estadual de Segurança Pública e coronel Alexandre César Prates, do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar do Estado de São Paulo).
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A resposta veio por e-mail encaminhado pelo coronel Robinson Cabral de Oliveira, coordenador operacional da PM. No texto, ao qual a reportagem teve acesso, Oliveira que o segundo turno das eleições, no domingo (30), demandará “grande empenho das forças policiais”. Segundo o oficial, a demanda dos motoboys “gera uma necessidade de programação para emprego de efetivo e meios necessários para prover segurança a todos os participantes, o que torna inviável nesse momento”. Ante a isso, “não recomenda a realização dessa manifestação, propondo um reagendamento em momento oportuno.”
Mesmo assim, Gil afirma que o ato está mantido. A ideia dos motoboys é se reunirem às 12h na sede do sindicato, no Brooklin (zona sul da capital), e, às 14h, rumarem com destino a avenida Paulista, na região central da capital. Segundo o líder sindical, ao menos 500 motoboys já confirmaram presença. “Vamos fazer com a quantidade que aparecer. Abrimos para todos que quiserem participar”, diz.
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Questionado sobre o fato de que parte da categoria é bolsonarista, Gil afirmou que um em cada quadro se identifica com o atual presidente. “Jornalista, sindicalista e pobre tem a obrigação de votar no Lula”, disse.