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Polícia prende número 1 do tráfico na Cracolândia

Exclusivo: "FB", bandido do PCC, foi encontrado em um condomínio de Caraguatatuba, no Litoral Norte do estado

Por Adriana Farias
Atualizado em 21 Maio 2017, 18h22 - Publicado em 21 Maio 2017, 17h53
A Alameda Dino Bueno, antes e depois da ação: cerca de quarenta presos (Adriana Farias/montagem/Veja SP)
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A Polícia Civil garante que prendeu o chefe número 1 do tráfico de drogas na Cracolândia, região central de São Paulo, durante megaoperação realizada neste domingo (21) que contou com 900 agentes de segurança e foi liderada pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc).

Fábio Lucas dos Santos, mais conhecido como “FB”, é apontado como uma das lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e tido como o responsável por coordenar o comércio de crack no centro da cidade. Ele foi preso com 300 gramas de cocaína em sua residência, um condomínio fechado em Caraguatatuba, no Litoral Norte. Depois, acabou sendo conduzido para o Denarc.

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Fabio Lucas dos Santos, o “FB”: apontado como o número 1 do tráfico na área foi preso neste domingo (21) (Adriana Farias/exclusivo/Polícia Civil/Veja SP)

O número 2 do tráfico no pedaço também foi preso na operação em um hotel no centro. Trata-se de Leonardo Monteiro Moja, o “Leo do Moinho”, que é dono de uma pensão nas redondezas da Cracolândia. Ele é suspeito de ter matado o socorrista Bruno de Oliveira que havia entrado  no fluxo, nome que dá ao aglomerado de usuários, no início de maio para resgatar uma mulher de 27 anos a pedido da mãe da garota. “Após uma investigação intensa de oito meses estamos desmantelando as principais cabeças do tráfico daquele pedaço”, disse a VEJA SÃO PAULO o diretor do Denarc, Ruy Ferraz.

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Leonardo Monteiro Moja, o”Leo do Moinho”, considerado o número 2 do PCC na Cracolândia (Adriana Farias/exclusivo/Polícia Civil/Veja SP)
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Outras quarenta pessoas também foram detidas na ação deste domingo, entre eles homens e mulheres apontados como atacadistas e varejistas do comércio de droga. Eles eram responsáveis pelas trinta barracas de venda de entorpecentes no local.  A estimativa é que comercializavam diariamente 20 quilos de crack, o que renderia 8,4 milhões de reais por mês.

O Denarc não conseguiu prender ainda outra figura importante do pedaço: o atirador Anderson Alves, que é desertor do Exército, especialista em sniper. Anderson integrou a organização criminosa com a finalidade de fazer a segurança no espaço. Ele dava “expediente” na cobertura dos hotéis da área ou sob os andares mais altos fazendo vigília. Em foto encontrada pela polícia nas redes sociais do bandido é possível ler uma postagem dele chamando sua metralhadora de “Lurdinha”, ao lado de um pit bull.

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O atirador Anderson Alves, responsável pela segurança do PCC: desertor do Exército (Adriana Farias/exclusivo/Polícia Civil/Veja SP)
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Na ação de hoje que começou por volta das 6h30, equipes da prefeitura e da segurança pública desmantelaram o “feirão” de drogas do pedaço. Apreenderam uma quantidade de produtos ainda não informada, como crack, cocaína, LSD e Skunk, e ao menos três fuzis. Todas as barracas montadas com lonas vieram abaixo. Caminhões com retroescavadeira também iniciaram a demolição de áreas abandonadas que serviam de QG para os traficantes. Os usuários se dispersaram e uma parte deles ainda era vista no final deste domingo entre a Alameda Dino Bueno esquina com a rua Helvétia. Agentes da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar ficarão instalados no local para proibir o retorno dos usuários.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito João Doria (PSDB) e o secretário de segurança pública Mágino Alves foram conferir de perto o andamento da operação e garantiram tratamento aos usuários por meio do projeto Redenção. Ele substituirá o Braços Abertos, um dos carros-chefes da gestão do antecessor Fernando Haddad (PT), baseado na redução de danos. Na operação de hoje na Cracolândia, Doria recebeu aplausos de alguns seguranças particulares, mas ouviu também pessoas o acusando de fazer a “higienização” do local.

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“Vamos fazer uma grande trabalho de reurbanização na área, demolindo os hotéis do crack e os usuários que quiserem serão encaminhados para tratamento”, prometeu o prefeito. “Os moradores de rua irão para centros de acolhimento”, completou.

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