Novo presidente da Sabesp diz que Cantareira pode secar em março
Recém-nomeado, Jerson Kelman afirma que vai diminuir a quantidade de água retirada diariamente dos reservatórios para as casas dos paulistanos
No mesmo dia em que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que há racionamento em São Paulo, o recém-empossado presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que a água que abastece a capital pode acabar em março.
Em entrevista ao telejornal SPTV, o presidente da Sabesp disse que não há uma “situação sistêmica” de racionamento em toda a Região Metropolitana”. “Tem uma epidemia de gripe em São Paulo? Não. Mas tem gente com gripe. A pessoa que não tem água está sendo racionada, mas não é toda a população”.
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Questionado se a água do Sistema Cantareira vai secar em março, Kelman disse que essa possibilidade é real. “É possível que sim. Por isso estamos fechando (diminuindo a vazão). Em condições normais, se tira do Cantareira 31 000 litros de água por segundo (para abastecer a população de São Paulo). Ontem, estavam saindo 16 000 litros de água por segunda. Hoje, já orientei para que saiam 13 000 litros por segundo”, revelou.
Para ele, que é professor de recursos hídricos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a diminuição do fornecimento de água “não é por maldade”. “O que estou dizendo é que, se não chover (e não houver economia agora), o sofrimento da população vai aumentar”
O Sistema Cantareira abastece 61% da Grande São Paulo e está na segunda cota do chamado volume morto – espécie de “reserva do tanque” armazenada nas profundezas das represas. Nesta quarta (14), o nível dos reservatórios está em 6,3%, apesar de ontem ter chovido na região.
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