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Projeção indica que nível do Sistema Cantareira pode chegar a 22% em abril

Resultado anterior indicava 17%, mas alteração ainda indica possibilidade de falta de água em 2022, de acordo com professor da USP

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 dez 2021, 10h54 - Publicado em 11 dez 2021, 10h46
Represa do Sistema Cantareira, com vaca em rio e gramado baixo no horizonte
Represa do Sistema Cantareira. (Divulgação/Divulgação)
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A projeção mais recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica que o Sistema Cantareira pode chegar a 22% de sua capacidade em abril de 2022 caso as chuvas no local fiquem 50% abaixo da média. As informações são do G1.

O Cantareira é o maior reservatório da região metropolitana de São Paulo e abastece 7,2 milhões de pessoas. Neste sábado (10), ele operava com volume útil de 24,7%.

A projeção, divulgada na segunda-feira (6), é mais otimista do que a anterior, que indicava um nível de 17% em abril de 2022, mas não deixa de ser crítica, já que o consumo na região metropolitana de São Paulo costuma ser de 20% entre o período de estiagem e o das chuvas.

A Sabesp, no entanto, afirma que “não há risco de desabastecimento na Região Metropolitana de São Paulo neste momento, mas reforça a necessidade de uso consciente da água”.

De acordo com a hidróloga do Cemaden Adriana Cuartas, para chegar a abril com mais de 22% no Cantareira serão necessárias chuvas acima da média, o que não tem acontecido.

“O cenário mais pessimista de chuvas não se consolidou (25% abaixo da média), por isso o prognóstico para abril aumentou de 17% na última projeção para 22% nesta. A gente ainda precisa que em dezembro chova acima da média. O ideal era que chovesse 25% acima da média. Se a partir de dezembro chover abaixo da média todos os meses, podemos chegar a esse valor de em torno de 20% em abril”, afirma Cuartas.

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O problema é que a previsão continua sendo de chuvas abaixo da média, de acordo com o especialista em gestão de recursos hídricos e professor de pós-graduação em ciência ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) Pedro Luiz Côrtes.

Apesar da projeção ter melhorado em 5 pontos percentuais, chegar a abril com 22% não nos deixaria em uma situação confortável, de acordo com Côrtes. Ele fez uma análise que mostra que o consumo nos meses de estiagem é de cerca de 20% do volume do Cantareira.

Atualmente o Cantareira opera em faixa de restrição, ou seja, com volume útil acumulado igual ou maior que 20% e menor que 30%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Na prática, a mudança de faixa de “alerta” para a de “restrição” diminui a quantidade de água que a Sabesp pode retirar do reservatório.

Depois da fase de alerta, a próxima é chamada de fase “especial”, quando o sistema tem volume útil menor do que 20%. O baixo nível do Cantareira já mudou a operação da Sabesp, que reconhece a redução da pressão nas casas por um período maior. Com isso, relatos de torneiras secas em casa cada vez mais cedo têm se multiplicado entre os moradores da capital e da região metropolitana.

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Em julho de 2014, quando houve a crise hídrica, o Sistema Cantareira chegou a zero. Abaixo dele, havia o volume morto, que não foi projetado, originalmente, para uso. Trata-se de uma reserva com 480 bilhões de litros situada abaixo das comportas das represas do Cantareira.

A Sabesp passou a operar bombeando água do volume morto. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população. Em outubro de 2014, o volume do Cantareira chegou a 3,6%. Além do Cantareira, os outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo são: Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço. Juntos, eles abastecem 21 milhões de pessoas. Em novembro, as chuvas foram abaixo da média em todos os reservatórios.

Em nota, a Sabesp informou que “não há risco de desabastecimento na Região Metropolitana de São Paulo neste momento, mas reforça a necessidade de uso consciente da água”.

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“A projeção para a RMSP aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada. A RMSP é abastecida pelo Sistema Integrado, composto por sete mananciais (Cantareira, Alto Tietê, Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço), que permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional.

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