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Menina intoxicada por slime vomitou cinquenta vezes em um único dia

Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, mãe contou que a filha chegou a brincar com a massinha no hospital antes de suspeita; exames estavam normais

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2019, 19h48 - Publicado em 23 Maio 2019, 19h33
Cristiane e a filha, Valentina: internação pode ter sido causada pelo slime (Reprodução/Veja SP)
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Há cerca de um ano, Valentina Asdurian, de 12 anos, encontrou um hobby para chamar de seu: o preparo do slime, um tipo de massa plástica que pode ser amassada, apertada… Todos os dias, a menina se dedicava a desenvolver diferentes cores e texturas para a geleca, que é febre no Brasil e no mundo. 

A brincadeira aparentemente inofensiva, no entanto, pode ter levado a garota a uma internação em decorrência de crises de vômito que chegaram a somar cinquenta vezes em um único dia. A mãe de Valentina, a fisioterapeuta Cristiane Pagano, ficou assustada com os sintomas e correu para o hospital infantil mais próximo para pedir socorro.

Após uma bateria de exames inconclusivos, um médico da família apontou que o bórax – ingrediente mineral do slime e também usado para limpeza – pode ter sido o grande vilão da história. A VEJA SÃO PAULO, a mãe de Valentina falou sobre os momentos de tensão e o estado de saúde da filha:

O que aconteceu?
Ela começou com um quadro de vômito fora do normal, chegou a acontecer cinquenta vezes em um único dia. Eu trouxe aqui para o hospital, onde vomitou vinte vezes em uma única noite. Ela estava com remédio na veia. Nunca tinha visto nada igual. Durante uma semana acreditaram que ela estava com uma virose. Mas eu sou fisioterapeuta, já trabalhei em UTI e sabia que aquilo não era normal. 

Como estavam os exames da menina?
Todos normais. Até um exame que mede o contato com vírus e bactérias, tudo normal. No desespero, chamamos um médico particular. Ao chegar no quarto, ele viu o bórax e perguntou para Valentina o que era. Ele já sabia, mas quis que ela contasse e explicasse como usava. Depois, me disse que ela estava em processo de envenenamento por conta desse produto. Ele me contou que já desconfiava ser um processo grave de intoxicação.

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Há outra possibilidade para o problema de saúde de Valentina?

Eu acredito que não, mas não tem nenhum exame no Brasil que produza a comprovação de que há bórax no corpo de um paciente. Ela fez endoscopia e não apareceu nada. Os médicos do hospital estão considerando, mas eu tirei o slime dela de vez há dois dias. O hospital está com várias especialidades pesquisando, viram na literatura médica que pode ter afetados os rins. Existe um médico infectologista também cuidando do caso. Como não existe um antídoto, não sabemos como será a recuperação. Ela não come faz dez dias.

Outras mães relataram casos parecidos?

Recebi muitas mensagens desde que publiquei a situação no meu Instagram. Não dou conta de ler tudo. Recebi a ligação de uma mãe que está com a menina na mesma situação há 53 dias – não melhora e ninguém descobre o que é. Estava mal em casa, só que fazendo slime. Falei para a mãe dela tirar urgente. Soube de muita criança queimada, sem unhas, com placas na pele…

Onde ela comprou o bórax?

Em papelarias, sempre na área de slime, ao lado da cola e do glitter. Ela está triste, é o hobby dela. Vamos descobrir algo que não é tóxico, nem a água boricada quero deixar. Não tem como ser outra coisa. Ela possui o hemograma normal, endoscopia normal. Meu médico disse ter certeza que é por conta do bórax.

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Ela nunca teve sintomas parecidos antes?

Desde bebê, ela sempre teve um pouco de intolerância à lactose, vivia enjoada, mas de um tempo para cá reclamava de enjoo. De vez em quando vomitava, pode ter alguma relação. Ela falava também que sentia dor de cabeça. Cheguei a levar no oftalmo, mas não dava para saber.

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