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Sobrepreço em trecho do Rodoanel alcançou 131 milhões de reais, afirma PF

Um dos alvos da ação é o ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço

Por Estadão Conteúdo
21 jun 2018, 09h29
Movimentação de agentes na sede da Polícia Federal, no bairro da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21) (Hélvio Romero / Estadão Conteúdo/Veja SP)
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Alvo da Operação Pedra no Caminho, deflagrada nesta quinta-feira (21), o trecho norte do Rodoanel de São Paulo teve um sobrepreço de 131 milhões de reais, segundo a Polícia Federal (PF). Um dos alvos da ação é o ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço.

São cumpridos quinze mandados de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão, todos expedidos, a pedido da PF, pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, nas cidades de São Paulo, Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, no Estado de São Paulo, e também em Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo.

Em nota, a Federal informou que o inquérito policial foi instaurado em 2016, após um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras apresentar informações sobre possíveis manipulações em termos aditivos da obra do Rodoanel. O objetivo seria aumentar o valor pago a empreiteiras, que já haviam vencido a licitação para realizar as obras.

As investigações apontam que aditivos contratuais, relacionados principalmente à fase de terraplenagem da obra, incluíam novos serviços para efetuar a remoção de matacões (rochas) misturados ao solo. O inquérito indica que era previsível a existência de matacões no solo e, portanto, o projeto inicial já contemplaria o custo de sua remoção.

Segundo a PF, no total, o acréscimo desses serviços teria ocasionado um sobrepreço de mais de 131 milhões de reais. Perícia da Polícia Federal e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União, em um dos cinco lotes onde houve aditivos relacionados a remoção dos matacões, apontam sobrepreço de 33 milhões de reais.

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Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o Poder Público, falsidade ideológica e associação criminosa. Os presos permanecerão na sede da PF em São Paulo, à disposição da Justiça Federal.

Em 2016, após a abertura do inquérito, a Dersa negou “qualquer favorecimento às construtoras”. “A gente solicitou uma série de avaliações ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) nesse sentido. Identificada alguma discrepância, ela vai ser corrigida”, afirmou na ocasião o então presidente da empresa, Laurence Casagrande.

A empresa de manifestou sobre as investigações. “A Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A e o Governo de São Paulo são os maiores interessados acerca do andamento do processo. Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o Estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões”, disse, em nota.

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A reportagem está tentando contato com todos os citados. O espaço está aberto para suas manifestações.

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