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Empresas de táxi aéreo usam aplicativos para driblar crise

Sumiço de passageiros fez mercado reagir com o uso de novas tecnologias

Por Mariana Gonzalez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 abr 2017, 21h20
A empresária Viviane, após trajeto de seis minutos: “Custo-benefício excelente” (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Com 700 exemplares, a cidade de São Paulo detém a maior frota de helicópteros do mundo, à frente de metrópoles como Nova York e Tóquio. Nos últimos tempos, porém, a maioria deles não tem posto a hélice para fora dos hangares. Como reflexo da crise econômica e da redução dos negócios no país, os clientes do setor desapareceram, levando a média de pousos e decolagens realizados na capital a despencar quase à metade.

Em 2013, eram 2 200 por dia. Hoje, não passam de 1 200. No mesmo período, quinze das trinta operadoras de voo daqui encerraram as atividades, por não conseguir mais bancar os altos custos de manutenção das aeronaves. As empresas que sobreviveram têm buscado alternativas para driblar a crise.

Uma das estratégias é se associar a companhias de tecnologia para agendar voos por meio de aplicativos de celular. Nos últimos dois anos surgiram pelo menos cinco serviços desse tipo, como YouFirst e Fly Edge, que comparam preços, fretam aeronaves e até possibilitam dividir viagens com desconhecidos para reduzir os valores.

O mais recente deles é o Voom, da americana A3, braço da fabricante europeia de aeronaves Airbus, lançado no país neste mês. A novidade, nesse caso, é o funcionamento em um esquema semelhante ao de aplicativos de mobilidade terrestre, como os populares Uber, Cabify e 99. Isso significa atendimento on demand, ou seja, embarque imediato, logo após a solicitação, sem a necessidade de agendamento.

taxi aereo helicoptero
Bitar Neto, da Helimarte: treze aeronaves a menos (Reinaldo Canato/Veja SP)
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O trunfo da companhia estreante no mercado é oferecer tarifas até 80% mais baixas que as das convencionais. O trajeto entre o Aeroporto de Congonhas e o heliponto do Blue Tree Hotel, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, por exemplo, custa 400 reais pelo aplicativo. Quem freta o voo por conta própria, sem o auxílio do programa, não paga menos de 1 700 reais. “Contratei esse serviço porque o custo-benefício é excelente”, elogia a empresária Viviane Sedola, que levou seis minutos nessa rota na tarde do último dia 20.

Se tivesse ido de táxi, pagaria cerca de 40 reais, mas perderia quase uma hora no trânsito. Os preços mais baixos da Voom são obtidos por meio de um acordo específico com as operadoras de voo. Nesse modelo, cobra-se do passageiro só pelo tempo em que ele está efetivamente no ar — 32 reais por minuto.

Nos contratos usuais do setor, os valores incluem os deslocamentos da aeronave até o cliente e depois o retorno ao hangar. As parceiras da companhia americana na cidade são empresas tradicionais do ramo de táxi aéreo, como a Helimarte, com sede no Campo de Marte, na Zona Norte, a Air Jet e a Uniair. “Tive de me desfazer de treze helicópteros desde 2012, hoje tenho só oito”, afirma o dono da Helimarte, Jorge Bitar Neto. “Com a queda no movimento, esse novo formato pode ser uma opção para voltar a atrair clientes.”

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Na primeira semana, o aplicativo realizou uma média de dois voos por dia, segundo estimativas não oficiais (a empresa não divulga números operacionais). “Aumentaremos o público nos próximos meses com a divulgação do serviço”, diz a CEO da Voom, a americana Uma Subramanian. “Ao oferecermos tarifas mais acessíveis, acreditamos ser possível transformar o táxi aéreo em um meio de transporte popular em São Paulo”, completa ela, com boa dose de otimismo.


O PREÇO DE UMA VIAGEM 

Quanto custa o trajeto entre Congonhas e a Faria lima

  • 40 reais é o valor do táxi, cuja rota dura 45 minutos
  • 400 reais é o preço pelo aplicativo Voom
  • 1 700 reais é a tarifa do frete avulso de uma aeronave
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