Teatro cego e outros programas para fazer “no escuro” em SP
Adaptação de "O Grande Viúvo" e visita sensorial ao CCBB estão na lista
Com estreia prevista para esta quarta (13) no Tucarena, a peça “O Grande Viúvo” pretende provocar o espectador e inseri-lo no universo dos cegos. Completamente no escuro, a encenação coloca o público sentado em meio ao elenco de cinco atores e quatro músicos. A atração, uma adaptação de Paulo Palado para conto homônimo de Nelson Rodrigues, é apenas uma de quatro que privam o paulistano da visão.
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No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o visitante é vendado e levado com a ajuda de monitores a um passeio sensorial pela centenária construção neoclássica da Rua Álvares Penteado. A fachada, o cofre no subsolo e todos os três andares do edifício fazem parte do tour, que ocorre sempre às 13h das quintas e domingos deste mês de junho.
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Vendar os olhos é também a regra mais importante da experiência gastronômica proposta pelo Ateliê no Escuro, que não informa o comensal sobre o cardápio da noite. Há talheres, mas vale comer com a mão. O próximo encontro será dia 25 no restaurante Paris 6. É necessário reservar pelo site.
Menos radical é a peça “Breu”, em cartaz no Sesc Belenzinho. A montagem começa no escuro, mas vai ganhando luz aos poucos. Ambientado na década de 70, o texto mostra duas mulheres (interpretadas por Natália Gonsales e Kelzy Ecard) que se encontram em uma casa de subúrbio para fazer cachorros-quentes. A tarefa, que apenas reforçaria o orçamento das duas, transforma-se em um possível alvo da repressão militar. A direção de Maria Silvia Siqueira Campos e Miwa Yanagizawa valorizou as palavras do autor e imprimiu uma personalidade à montagem que incomoda e surpreende quase o tempo todo.