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Vá de carro até o metrô

Estacionamentos conjugados a estações estimulam motoristas a utilizar trens

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h27

A advogada Fabiola Barbosa de Mello economizou, no último quadrimestre, 1 200 reais. Esse dinheiro costumava ser gasto com transporte (gasolina e estacionamento) para ir de casa, no Ipiranga, ao trabalho, no centro da cidade. Não bastasse o ganho financeiro, Fabiola agora leva apenas quinze minutos no trajeto, 25 minutos a menos do que era comum até dezembro último. O salto de qualidade na rotina da advogada só foi possível graças à inauguração do primeiro estacionamento do Metrô, construído ao lado da Estação Santos-Imigrantes, na Vila Mariana. Com 117 vagas dispostas em uma área de 2 700 metros quadrados, a garagem é um sucesso. Diariamente, recebe em rodízio cerca de 300 carros. “O esquema aqui é perfeito”, diz Fabiola. “Só acho que o espaço é pequeno. Chego às 10 horas e o estacionamento já está repleto de carros.” A promessa é que a ampliação saia logo. Até o fim do ano, o Metrô pretende inaugurar outras sete garagens e, em 2010, mais duas (veja quadro). Entre as novidades está o segundo estacionamento da Estação Santos-Imigrantes, com 160 vagas, e o da Corinthians-Itaquera, cuja inauguração estava prevista para quinta (30). “A ideia é estimular o paulistano a deixar o carro e usar o transporte público com conforto e segurança”, explica Cristina Bastos, chefe do departamento de negócios do Metrô.

Além de prático, o estacionamento do Metrô é mais barato que a média do mercado. Deixar o carro ao lado da Estação Vila Madalena por doze horas, por exemplo, custa até 30 reais. Na garagem da Santos-Imigrantes, o mesmo período, mais duas passagens do metrô, sai por 8,45 reais. Para utilizar a facilidade, é necessário comprar um cartão eletrônico, que custa 2 reais, está interligado ao sistema de Bilhete Único e, portanto, também dá acesso ao ônibus e aos trens da CPTM. O preço deve variar nas outras estações. Na Corinthians-Itaquera serão cobrados 7,10 reais pelo período de doze horas, mais duas passagens. São as concessionárias que adquirem o direito de administrar o estacionamento por licitação que determinam o preço. A concorrência para as novas obras deve ser finalizada em julho próximo. O custo da implantação das estações é dividido entre essas empresas e o Metrô, que gastou 700 000 reais com a garagem das estações Santos-Imigrantes e Corinthians-Itaquera – cerca de 70% do valor total das obras.

Apesar do sucesso, os novos estacionamentos são alvo de algumas críticas. “O projeto poderia contemplar a construção de terminais de ônibus próximos às estações de metrô”, diz Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transportes. Segundo ele, enquanto um estacionamento com 150 vagas atende cerca de 900 paulistanos por dia, um terminal pequeno, com apenas cinco linhas, pode ser utilizado por 9 000 pessoas no mesmo período. “Mas, como boa parte dos usuários das garagens faz atualmente seu trajeto inteiro de carro, a iniciativa é eficiente”, ressalta Figueira.

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