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Jornalista Veruska Donato processa Globo e denuncia assédio moral

Repórter da emissora por 21 anos, a profissional relata críticas sobre sua aparência vindas da chefia e do setor de figurino

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 Maio 2024, 09h07 - Publicado em 8 fev 2023, 12h54
Imagem mostra repórter com microfone, durante reportagem
A jornalista e apresentadora Veruska Donato. (Instagram/Reprodução)
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A jornalista Veruska Donato, que foi repórter da Globo por 21 anos, entre 2000 e 2021, entrou com uma ação judicial na última terça-feira (31) contra a emissora, denunciando dívidas trabalhistas e relatando que sofreu assédio moral.

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Segundo o portal Notícias da TV, no processo, Veruska pede que a emissora pague os direitos trabalhistas pelos dezessete anos que atuou como PJ (Pessoa Jurídica), além de revelar que, na verdade, não pediu demissão, e sim foi demitida cinco dias após retornar de um afastamento após desenvolver síndrome de Burnout.

Caso haja condenação, a indenização pode chegar a R$ 13 milhões. A primeira audiência do caso vai acontecer em 27 de março.

No processo, Veruska também acusa a emissora de pressioná-la para manter um padrão de beleza, o que incluiria receber “críticas de chefes e do setor de figurino do jornalismo quanto a qualquer flacidez, ruga ou gordura considerada fora do lugar”, o que a jornalista caracteriza como etarismo, uma discriminação pela sua idade.

Para ilustrar isso, foi anexado no documento um e-mail de 2017 que teria sido assinado por Cristina Piasentini, diretora de Jornalismo da Globo em São Paulo entre 2008 e 2020, e Ana Escalada, então chefe de Redação, em que são feitas uma série de recomendações aos repórteres, inclusive para evitar roupas que marcassem “dobras provocadas pelo sutiã, um estômago mais avantajado e barriguinhas persistentes”.

Em resposta, a Globo publicou nota afirmando que “não comenta ações judiciais em curso” e que “não existe nenhuma orientação nesse sentido para nossos profissionais”.

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Leia o e-mail na íntegra:

Caros e caras,

Nos últimos anos, acompanhando as mudanças no comportamento das pessoas em geral, as diretrizes do figurino do Jornalismo, especialmente no que diz respeito às moças, ficaram mais flexíveis.

A necessidade de colocar o repórter mais próximo do telespectador fez com que os blazers fossem substituídos por camisas e blusas de tricôs, as unhas pudessem ter alguma cor e saias/vestidos passaram a fazer parte do dia a dia da repórter. Apesar disso, temos visto alguns visuais inadequados, mesmo para os tempos atuais.

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Gostaríamos, então, de lembrar alguns conceitos e normas que continuam importantes para o visual do Jornalismo da Globo.

Estampas – A estampa sempre foi proibida no Jornalismo pelo risco que ela pode causar na comunicação com o telespectador. Desde questões técnicas como o batimento, ao risco de um desafio ao bom gosto e ao bom senso, estampas florais, gráficas, listras com contraste forte, xadrezes de uma maneira geral não funcionam no vídeo. Elas costumam poluir a imagem e desviar a atenção do telespectador.

O certo: Funcionam bem no vídeo os listrados e xadrezes pequenos em tons que não façam muito contraste.

Calças – Leggings, fuseau e skinnies aumentam muito o quadril. Sarouel, dhoti, cenouras e outras excentricidades fashion não fotografam bem mesmo, fora que podem ser confortáveis e descoladas, mas não compõem um visual elegante, em nenhum tipo de quadril. Jeans são permitidos, mas devem ser elegantes e bons, de preferência escuros. Nada de jeans rasgados e ‘modernosos’, nem para homens, nem para mulheres.

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O certo: As calças mais adequadas para o jornalismo são as de corte de alfaiataria, retas. No caso de jeans, as pernas também devem ser retas.

Tecidos aderentes – Tanto malhas quanto pano corrido que tenham fio de elastano na composição representam perigo em potencial para o figurino. A malha muito apertada marca detalhes, que não deveriam ser marcados, como dobras provocadas pelo sutiã, um estômago mais avantajado, barriguinhas persistentes, especialmente nos tons mais claros.

No caso da roupa feita de tecido com elasticidade o risco de ficar apertada e repuxada é grande e dará a sensação de que o botão vai pular ou o fecho não vai resistir. Também, ao comprar a peça, é importante observar se a costura não está franzida. Esse tipo de material exige destreza da costureira na máquina e uma agulha especial que, muitas vezes, as confecções menores oferecem.

No vídeo, o resultado é uma roupa eternamente amassada. Mesmo que a vendedora diga que passando sai, não sai não.

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