Apesar do nome, Ian Cozinha Árabe serve receitas armênias no Brooklin
Com esfirras, pastas e outros pratos, o restaurante oferece receitas que trafegam entre as duas culinárias. Leia a crítica
Pelo nome Ian Cozinha Árabe, é possível acreditar que o charmoso endereço de esquina no Brooklin tenha cardápio sírio ou libanês. Não é o caso. O Ian é um restaurante armênio, o que indica um parentesco entre essas culinárias. Embora tenham semelhanças, é nos detalhes que elas se diferenciam, em especial no uso de condimentos e ingredientes típicos.
A opção por rotular como árabe tem um motivo. “Comercialmente é mais abrangente, já que a culinária armênia ainda não é tão difundida por aqui e, por isso, muitas pessoas poderiam não saber do que se tratava exatamente”, explica Camila Muradian, esposa e sócia do chef Artur Muradian.
Muitas das opções trafegam pelas duas cozinhas. É o caso do caprichado trio de pastas (R$ 49,00), composto de homus que não carrega no tahine, babaganuche bem defumado e coalhada seca sedosa. A entrada vai à mesa na companhia de um macio pão assado na hora ou torradas de zátar.
Nas esfirras, as diferenças se acentuam. A versão fechada de carne (R$ 13,00) tem a maciez do pão e a aberta de queijo pode levar fatias de bastrmá (R$ 15,00), carne bovina típica curada, encomendada a um artesão armênio.
Encontrada em alguns endereços árabes da cidade, a torre (R$ 67,00) batizada aqui de ian alterna camadas de quibe cru, carne moída refogada, tabule e coalhada seca com uma quantidade generosa de cebola frita, crocante e sequinha, por cima. Sem dúvida, agrada muito, mas tem um item ainda melhor.
Trata-se do mantã (R$ 59,00), massa fina e delicada no formato de uma colmeia recheada de carne para ser regada com molho da própria carne misturado a manteiga clarificada, que turbina o sabor, mais coalhada seca. É um prato que se come com as mãos, soltando as unidades uma a uma.
As sobremesas também encantam. Paladares mais tradicionais vão se divertir com a musse de coalhada com calda de morango e farofa de nozes, uva-passa branca, hortelã e flor de sal (R$ 24,00). É facilmente superada pelo ótimo bolo de semolina com coco recheado de nozes e regado com calda de flor de laranjeira (R$ 22,00), receita que o chef aprendeu com a avó materna.
Com uma culinária tão boa, o Ian Cozinha Árabe costuma lotar no almoço e no jantar. Moradores daquele pedaço da cidade, Artur e Camila, donos da franquia do La Pasta Gialla em Moema, preparam-se para inaugurar mais um restaurante no Brooklin. Para o início de maio, prometem abrir o japonês Nai.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Ian Cozinha Árabe
Rua Nova York, 341, Brooklin, telefone 5531-0606. Tem acessibilidade.
Das 12h às 23h (domingo até 17h).
Faixa de preço: $ (até R$ 175,00)
Confira o cardápio:
Publicado em VEJA São Paulo de 05 de abril de 2024, edição nº 2887
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