O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, programa de entrevistas e receitas no YouTube. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
Jacquin sentencia amador do MasterChef: “nunca comi sobremesa tão ruim”
Neste domingo (30), o jurado não poupa participante ao dizer que "prato tem um dos piores defeitos dentro da gastronomia"
Por Arnaldo Lorençato
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30 jun 2019, 15h30 • Atualizado em 20 jan 2022, 14h33
Jurado terror: rigor máximo com competidores (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
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Temporada mais apimentada de todas exibidas até agora, a sexta edição do MasterChef Brasilpara amadores está marcada por uma cobrança intensa dos participantes. Não há moleza. Neste domingo (3), Erick Jacquin, que andava bem tranquilinho até, vai dizer para um dos competidores na primeira prova desta noite: “Acho que nunca comi uma sobremesa tão ruim na minha vida!”. Dureza!
O programa começa fora do estúdio. Terá como cenário o Museu da Imigração, bela construção histórica no Bráz, que ficava ao lado da antiga linha férrea. Chamada inicialmente de Hospedaria de Imigrantes na época da inauguração em 1887, era onde se recebiam aqueles que vinham tentar a sorte na nova pátria antes de irem para seus postos de trabalho, quase sempre nas fazendas de café para substituir a mão de obra escrava. E assim funcionou até 1978. O programa desta noite reverencia o Dia do Imigrante, celebrado em 25 de junho. Data significativa, já que dois dos jurados são estrangeiros que adotaram o Brasil.
Duas equipes com cinco participantes cada: disputa no Museu da Imigração (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
Divididos em dois grupos, de um lado liderados por Juliana N. e do outro por Helton, os amadores, sempre sob a mira dos jurados Paola Carosella (Arturito e La Guapa Empanadas), Erick Jacquin (Le Bife) e Henrique Fogaça (Sal Gastronomia e Cão Véio), vão preparar uma refeição em homenagem justamente a um desses países que enviaram pessoas ao Brasil, mas um pouco menos conhecido. É a Croácia, localizada na Europa Central de frente para o Mar Mediterrâneo. O menu, composto de entrada, prato principal e sobremesa, será servido a 30 croatas e seus descendentes. Também faz parte da missão fazer um pão típico, pôgacha, servido de boas-vindas.
Desconheço as receitas selecionadas para a prova – a cozinha croata é muito saborosa, mas pouco divulgada em São Paulo. Dos pratos mais conhecidos e que já provei da Croácia — país com muitas influências culinárias, em especial da Hungria, Áustria e Turquia –, arriscaria dois. Poderá servir de inspiração para a disputa o ćevapčić, bolinho de carne moída, cebola e alho no pão pita, mais massudo que o árabe, e o sarma, charuto de repolho recheado de arroz mais carne de porco, linguiça e toucinho, todos defumados, com um resultado bem substancioso.
Fogaça e Jacquin: instruções para Helton, capitão da equipe vermelha (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
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Outras possibilidades são o bosanski lonac, ensopado de legumes e carnes, e o brudet, cozido de peixe e batata. Não faltam doces, entre eles kolači, trouxinha de damasco, e burek, torta de semolina com mel. Dei os meus palpites. Agora, é aguardar para saber qual será o menu de dificuldades.
Tanta novidade fará com que os competidores fiquem atarantados. Ou seja, a culinária da Croácia é um enigma a decifrar. Não faltarão uma tremenda bagunça na cozinha e atritos entre os membros das equipes concorrentes.
Paola: conversa com Juliana N., líder dos azuis (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
Nem todos os resultados vão agradar os jurados. Impiedoso, Jacquin, como disse no início do dessa postagem, sentencia que nunca comeu uma sobremesa tão ruim na vida. Também perde a paciência e diz: “Seu prato tem um dos piores defeitos dentro da gastronomia”. O que será esse problema?
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Paola também não economiza nas críticas e fala para outro amador: “Você é muito inseguro. Se eu fosse no seu restaurante e te visse inseguro desse jeito, você acha que eu ficaria para jantar? Você tem que confiar mais em você.” E discute com outro competidor sobre ingredientes, temperos e combinações.
Ana Paula Padrão: recepção dos imigrantes croatas e seus descendentes (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
A equipe que for para eliminação terá um desafio daqueles, uma prova única até o momento no MasterChef. Encontrarão na cozinha-estúdio os cinco campeões das temporadas anteriores.
Só para lembrar quem venceu em ordem cronológica: Elisa Fernandes (2014), Izabel Alvares (2015), Leo Young (2016), Michele Crispim (2017) e Maria Antonia (2018). Estão de volta vencedores que conseguiram um espaço na gastronomia, cada um a sua maneira.
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Trio de jurados: julgamento de disputa com culinária rara em São Paulo (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
Todos eles montarão uma cesta básica com os produtos que representam a culinária que fazendo desde que deixaram o programa. Confira:
Maria Antonia Farinha de trigo, farinha de amêndoa, farinha de milho, mascarpone, espinafre, vinho branco, tomate pelado, ervas frescas, ricota, limão-siciliano, ossobuco e frutas vermelhas.
Weverton: eliminado na disputa anterior (Carlos Reinis/Band/Divulgação)
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Caberá ao capitão da equipe campeã no Museu da Imigração escolher o que cada um dos concorrentes receberá para cozinhar. É preciso estratégia para colocar na berlinda os competidores mais fortes.
Quem não se der bem, vai se juntar a Weverton, eliminado no programa anterior. Mais uma noite com muita tensão.
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