MasterChef Profissionais: minha avaliação do restaurante comandado pela campeã Dayse Paparoto
A pergunta que não quer calar quando se assiste a um show de talentos como o MasterChef é: os competidores cozinham bem? No caso dos amadores, essa resposta é ainda mais difícil, uma vez que os participantes não precisam necessariamente entender de técnica culinária, mas ter, como se diz no jargão popular e jacquiniano, “bom […]
A pergunta que não quer calar quando se assiste a um show de talentos como o MasterChef é: os competidores cozinham bem? No caso dos amadores, essa resposta é ainda mais difícil, uma vez que os participantes não precisam necessariamente entender de técnica culinária, mas ter, como se diz no jargão popular e jacquiniano, “bom tempero”.
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Ontem, estive na Band para acompanhar a emocionante final desta temporada do reality culinário. Como sempre, é uma experiência tensa, com muita torcida para dois competidores. Por lá não foi diferente. Dayse era a favorita do público, como aconteceu nas redes sociais. Embora ela tenha tido altos e baixos, conseguiu faturar o troféu.
Antes da final, quis conhecer de perto os pratos dos dois finalistas da edição Profissionais, como já havia feito nos restaurantes de Luiz Filipe Jacob, Ricardo Bonomi e Rodrigo Einsfeld — a alma de crítico sempre me impulsiona a avaliar. Infelizmente, Marcelo Zaidan Verde chegou de uma temporada de trabalho na Europa e ainda não se recolocou – depois da competência que ele demonstrou ao longo do programa, isso deve ser por pouco tempo.
A comida da campeã, Dayse Paparoto, escolhida por notas pelos jurados Paola Carosella (Arturito e La Guapa Empanadas), Henrique Fogaça (Sal Gastronomia, Jamile, Admiral’s Place e Cão Véio) e Erick Jacquin (Tartar & Co e Le Bife), não era exatamente novidade para mim. Acompanhei o começo de carreira dela e sua estreia como chef no Nico Pasta & Basta, no Ipiranga, em primeiro trabalho, sete anos atrás. Na época, ela estava com 24 anos e já colecionava passagens pelo Fasano e pelo Due Cuochi Cucina. Na segunda casa italiana, a iniciante tinha como mestre ninguém menos do que Ivo Lopes.
Visitei o Feed Food, onde ela atua como chef executiva. Estive nesse restaurante outras vezes, mas nunca fui conquistado pelo sabor. Sempre preferi atravessar a rua e ir ao Arturito, de Paola Carosella, que dispensa explicações.
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O ambiente do Feed Food chama mais atenção do que a comida. É um antigo quintal cheio de árvores, madeira no piso e teto de vidro – no domingo (11) em que estive lá, chovia forte e gotejava um pouco em alguns pontos, algo que não chegou a incomodar.
O cardápio do Feed Food não leva a assinatura de Dayse, mas dos proprietários Adriana Cymes e Victor Vasconcellos, um casal de chefs. No domingo passado, Dayse já se encontrava numa espécie de quarentena, isolada do mundo justamente por causa do programa.
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Fui sozinho e o garçom estranhou a quantidade de comida solicitada por uma única pessoa. Era a chance que eu tinha de provar o que a equipe treinada por Dayse poderia fazer, já que ela não estava lá.
A melhor coisa do cardápio é a porção de coxinhas de massa de mandioquinha. Deliciosas, elas surgem douradas, com a casquinha estalando nos dentes. O recheio de frango, na forma de uma bolota, vem quase cremoso e rico em tempero. Um bomba calórica com seis unidades que valem a pena.
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Quer algo mais leve? A salada de quinoa com legumes assados (lâminas de cenoura, vagem verdinha e beterraba), queijo feta e hortelã, embora tenha sido adicionado um exagero de azeite. Também foi necessário acrescentar sal.
Sugerido com muito entusiasmo pelo garçom, o risoto de abóbora com queijo canastra e sálvia mais farofinha de amêndoa e avelã é muito saboroso. Mas ficaria tão melhor se o arroz estivesse mais firme…
Outra atração do cardápio, assim apresentada pelo rapaz que me atendeu, é um bifão de entrecôte servido com tagliatelle. Servido no ponto certo na parte mais alta da carne, é exatamente isso: carne com massa fresca na manteiga de alho com salsinha.
Chamada de crumble de frutas vermelhas, a sobremesa não vai muito além de uma calda de frutas com uma massa em pedaços de aveia, nozes-pecã e açúcar mascavo ao lado de sorvete.
Ou seja, é um restaurante regular. Ele representa uma ganhadora de MasterChef? Sim. Não podemos esquecer que nenhum dos competidores é medalhão da gastronomia – dessa turma, o único profissional de renome é Ivo Lopes.
Todos se inscreveram porque estavam em busca de visibilidade. Em alguns casos, um lugar ao sol no MasterChef Profissionais pode significar mais do que 15 minutos de fama ou a duração de um consagrado show de talentos. Pode ser a chave para uma carreira de sucesso.
Parceria longe das câmeras
Longe da rivalidade mostrada sob os holofotes, Dayse e Marcelo parece que se dão bem. Tanto que fizeram juntos um jantar com menu a quatro mãos no Feed Food. Ao preço de 150 reais e servido em 29 de novembro, tinha as seguintes receitas:
Panzanella com compota de tomate com rúcula, burrata e pão italiano (Dayse)
Sardinha escondida no escabeche (Marcelo)
Purê de repolho-roxo caramelizado com rabada (Marcelo)
Ragu de porco com maracujá com milho cremoso (Dayse)
Dois leites com compota de banana (Marcelo)
Trifle de brownie com caramelo toffee e Baylis (Dayse)
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Caderno de receitas:
+ Espaguete com queijo grana padano, do Nico Pasta & Basta
+ Il vero fettuccine Alfredo di Roma
+ Tiramisu original. É bico!
+ Petit gâteau, do chef Erick Jacquin
+ Receita: torta de limão-siciliano, de Arnor Porto
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