St. Honoré deve dar lugar à primeira filial do Italy
Ontem, fui almoçar no St. Honoré. Para minha surpresa, tinha fechado definitivamente o misto de restaurante e confeitaria de Ida Maria Frank, proprietária do também francês Le Marais Bistrot e do concorrido italiano Due Cuochi Cucina. Um cartazinho fixado na porta anunciava o fim do estabelecimento. Ao mesmo tempo, fiquei sabendo que o ponto do […]
Ontem, fui almoçar no St. Honoré. Para minha surpresa, tinha fechado definitivamente o misto de restaurante e confeitaria de Ida Maria Frank, proprietária do também francês Le Marais Bistrot e do concorrido italiano Due Cuochi Cucina. Um cartazinho fixado na porta anunciava o fim do estabelecimento.
Ao mesmo tempo, fiquei sabendo que o ponto do St. Honoré deve se transformar em um novo Italy. “Estamos em conversas com a Ida e o valor já foi acertado. Só está pendente a documentação para o alvará”, adianta o chef Paulo Barroso de Barros. A negociação dever ser concluída na próxima semana e é conduzida pelo sócio Paulo Kress Moreira, responsável por montar sucessos da gastronomia paulistana como a rede de lanchonetes General Prime Burger, o ítalo-francês Kaá e o megarrestaurante italiano Girarrosto, aberto em fevereiro no lugar do extinto Pandoro, além do próprio Italy.
Ontem mesmo, conversei com a restauratrice. Ela contou que o St. Honoré serviu a última refeição na sexta, 4 de maio. Com pouco movimento, a casa vinha em um processo de esvaziamento. Primeiro, deixou de oferecer a grande variedade de doces e pães, justamente o que motivou sua abertura e lhe deu um grande diferencial. Para piorar, já tinha perdido a talentosa confeiteira Amanda Lopes, que foi trabalhar com Barros (ex-sócio de Ida no Due Cuochi Cucina) na padaria JellyBread, prevista para ser inaugurada em junho numa das laterais do Girarrosto. O St. Honoré também havia interrompido a operação no jantar, concentrando-se no almoço executivo. Outro complicador: estava sem o cozinheiro Wagner Resende, que era titular do Le Marais Bistrot e deixou os restaurantes de Ida em fevereiro.
A empresária admite que teve uma grande perda financeira. “Assumi o insucesso do negócio”, afirma. “Não consegui o retorno do investimento de 2,5 milhões de reais. Tive um prejuízo enorme.” Ida avalia que houve um equivoco de foco nesse estabelecimento, extinto dias antes de completar um ano. “A proposta era interessante, mas o conceito estava errado”, avalia. “Foquei muito na confeitaria e a casa tinha um custo muito maior do que uma confeitaria pode pagar.”
Seu outro endereço francês, o Le Marais Bistrot, vai bem mesmo com a baixa de Wagner Resende. O chef me contou que andava desgostoso. “Achei que a dona Ida andava interferindo muito na cozinha do Le Marais. Para evitar atritos, preferi deixar o restaurante”, diz. Resende a princípio iria para o italiano Serafina, mas chegou à conclusão que comida italiana não é seu forte e, sim, a francesa. Por enquanto, não tem destino certo. Ida comenta a saída do funcionário com mais leveza. “O Wagner estava querendo dar um tempo. Saiu de férias no fim de dezembro e acabou não voltando. Ele é ótimo, mas a gente concluiu que um afastamento seria bom para os dois”, diz a empresária. O desligamento oficial foi em fevereiro. Hoje, os fogões são pilotados pelo antigo subchef, Gerson Campello.