Fotos de comunidade indígena nos anos 70 são exibidas no IMS Paulista
São cerca de 800 imagens fotografadas pelo povo Paiter Suruí até os anos 2000

Nos anos 1970, as câmeras chegaram à Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre Rondônia e Mato Grosso, lar do povo Paiter Suruí. A população local começou então a registrar seu dia a dia, retratando aniversários, casamentos, batizados e competições esportivas, mas também os desafios dos contatos com os não indígenas. As imagens estavam armazenadas em álbuns, caixas e estantes das diferentes aldeias do território — hoje habitado por cerca de 2 000 pessoas — e foram reunidas, catalogadas e digitalizadas pelo Coletivo Lakapoy, formado por comunicadores indígenas e não indígenas, com o objetivo de fortalecer a cultura Paiter Suruí.

Cerca de 800 fotografias analógicas, feitas entre a década de 70 e os anos 2000, compõem Paiter Suruí, Gente de Verdade: Um Projeto do Coletivo Lakapoy, que abre neste sábado (26) no IMS Paulista. Há ainda cerca de vinte retratos de 2024, tirados, em sua maioria, por Ubiratan Suruí, primeiro fotógrafo profissional da sua etnia e integrante do Coletivo Lakapoy, bem como redes, cestos e colares produzidos pelas artesãs locais. A curadoria é de Txai Suruí, Lahayda Mamani Poma e Thyago Nogueira, com supervisão do cacique-geral Almir Narayamoga Suruí.
IMS Paulista. Avenida Paulista, 2424, ☎ 2842-9120. → Ter. a dom., 10h/20h. Grátis. Até 2/11.
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de julho de 2025, edição nº 2954.