Nova mostra no IMS resgata olhar indígena sobre o Xingu
'Xingu: contatos' contrapõe trabalhos de fotógrafos sobre a demarcação do território, na década de 60, com obras audiovisuais de artistas da região

A nova exposição em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), Xingu: Contatos revisita a história do parque indígena de um modo diferente do que tem sido feito desde sua demarcação, em 1961. sim, há registros fotográficos e documentais — alguns deles inéditos, o caso de trabalhos do fotógrafo francês Henri Ballot e da inglesa Maureen Bisilliat — da imprensa, do governo e dos viajantes não indígenas, por exemplo. Mas eles são contrapostos com obras e depoimentos dos próprios moradores do território de Mato Grosso.
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No 7º andar do edifício, onde se inicia o percurso, são exibidos seis curta-metragens de artistas indígenas que tratam de questões como o desmatamento, a luta por direitos e a importância da prática audiovisual na preservação da cultura. Em A Câmera É a Flecha (2022), o cineasta Takumã Kuikuro e o Coletivo Kuikuro de Cinema retratam sua atuação de duas décadas nas aldeias do xingu e em festivais internacionais. No 8º andar, há fotografias feitas pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu + e uma obra inédita do amazonense Denilson Baniwa criada a partir de reportagens da extinta revista O Cruzeiro sobre a demarcação. A mostra, com 200 itens, se estende para fora do prédio com o mural de Wally Amaru em um edifício da Consolação, visualizado a partir do mirante do IMS. A curadoria é de Takumã Kuikuro, Guilherme Freitas e Marina Frúgoli. Livre.
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Instituto Moreira Salles — IMS Paulista. Avenida Paulista, 2424, ☎ 2842-9120. ♿ Ter. a dom., 10h/20h. Grátis. Até 9/4/2023. ims.com.br.
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de novembro de 2022, edição nº 2815