“Memórias de Xangai”
Por Tiago Faria Um dos nomes mais festejados do cinema contemporâneo, o diretor de “Plataforma” (2000) e “Em Busca da Vida” (2006) frequentemente recebe elogios merecidos por encenar com sensibilidade as transformações da China. Essa marca, no entanto, aparece um tanto desbotada na produção mais recente de Zhang-ke, exibida em 2010 em mostra paralela do […]
Por Tiago Faria
Um dos nomes mais festejados do cinema contemporâneo, o diretor de “Plataforma” (2000) e “Em Busca da Vida” (2006) frequentemente recebe elogios merecidos por encenar com sensibilidade as transformações da China. Essa marca, no entanto, aparece um tanto desbotada na produção mais recente de Zhang-ke, exibida em 2010 em mostra paralela do Festival de Cannes. A narrativa retorna, até certo ponto, à matriz do superior “24 City” (2008). Mais uma vez, sobressai um contraste muito particular entre depoimentos reais e cenas líricas. Neste documentário, os relatos de dezoito pessoas delineiam um panorama fragmentado de lembranças sobre a vida em Xangai entre os anos 30 e a primeira década do século XXI, com histórias de despedidas, amores, crimes e das famílias partidas pela Revolução Cultural. A premissa não renega as obsessões do realizador, um cronista arguto das mudanças sociais e do impacto das memórias no cotidiano. Mas, se nos longas-metragens anteriores o estilo do cineasta enriquecia os temas, aqui os maneirismos visuais atrapalham o curso da trama, que se arrasta numa duração excessiva.
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