Qual afeto te sustenta?
A gente esquece de olhar para o amor que permanece em silêncio, mas sustenta tudo: a amizade
Há dias em que o amor romântico faz barulho demais e a gente esquece de olhar para o amor que permanece em silêncio, mas sustenta tudo: a amizade.
A autora bell hooks escreveu que “o amor é um ato de vontade”, e talvez a amizade seja a forma mais pura desse querer. Ela não depende de contratos, nem de promessas, mas de presença. É o amor que não exige exclusividade, mas oferece pertencimento.
Nos tempos em que tudo parece urgente, a amizade é o gesto mais revolucionário. É o corpo que espera, a escuta que acolhe, o ombro que entende sem precisar traduzir. Amizades verdadeiras nos reerguem quando a vida despenca e nos lembram que cuidar também é verbo de amor.
Maya Angelou dizia que as pessoas esquecem o que você fez, mas nunca esquecem como as fez sentir. É isso: amizade é o território onde somos lembradas do nosso valor quando o mundo tenta nos convencer do contrário.
A fragilidade da masculinidade imposta muitas vezes coloca os homens num lugar de superficialidade emocional. Mas esse ciclo pode, e deve, ser olhado com afeto, profundidade e amor.
O cara do happy hour pode entender exatamente o que você sente quando fala de cansaço, ansiedade ou depressão. Tudo bem chamar um amigo do futebol para uma conversa mais sincera. Pode ser que ele também esteja precisando disso.
E entre mulheres, esse laço ganha outra dimensão: é amparo, é cura, é cumplicidade ancestral. A amizade feminina é o lugar onde a gente pode desarmar o peito e descansar a espada. Onde o riso cura, o choro cabe, e o amor se renova sem precisar de final feliz romantizado. Não precisa ser competição, pode ser afeto, cuidado mútuo, presença.
Então, te pergunto: qual afeto te sustenta?
Quem são as pessoas que te lembram quem você é quando tudo desaba?
Cultive essas relações com a mesma atenção que se dá a um amor romântico.
Porque, no fim, é delas que vem a força pra seguir, e é nelas que a vida se refaz, em silêncio, entre abraços, bebedeiras, risadas que só a amizade entende.
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