Torço para que a Olimpíada no Rio dê certo: relato de um treinador que já foi duas vezes ao evento
Os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro já começaram. E vou falar o que já pensava quatro anos atrás, quando nosso país foi escolhido para sediar o evento. Com a experiência de participação em duas Olimpíadas, como técnico de triatlo em Sidney (2000) e Atenas (2004), e em três pan-americanos, entendo que países com melhores […]
Os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro já começaram. E vou falar o que já pensava quatro anos atrás, quando nosso país foi escolhido para sediar o evento. Com a experiência de participação em duas Olimpíadas, como técnico de triatlo em Sidney (2000) e Atenas (2004), e em três pan-americanos, entendo que países com melhores recursos e estruturas deveriam organizar um evento dessa grandeza. Mas torço para que a Olimpíada no Rio de Janeiro dê certo. Quero que o evento aconteça da melhor maneira possível. E convido você também a pensar sobre o assunto.
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Em um momento em que os novos “ídolos” são figuras que surgem no meio virtual e tornam-se cada vez mais populares pelas brincadeiras (muitas vezes esdrúxulas) e pelos “conselhos edificantes” que dão e cuja valorização aumenta com o número de “seguidores” e “curtidas” que têm – como um taxímetro que roda -, acho importante voltar nosso olhar para o esporte.
Esporte não é cultuar o corpo. Esporte não é só esforço físico, superação e conquistas. Esporte é algo muito maior, que ensina e transforma. Os meus ídolos na infância e adolescência estavam em Olimpíadas: João do Pulo, Nelson Prudêncio, Djan Madruga, Joaquim Cruz, Montanaro, Bernardinho… Eles me aproximaram da atividade esportiva, fizeram me apaixonar por esse mundo e até a melhorar como pessoa.
Por tudo isso, sugiro: se você tem oportunidade de ir aos Jogos Olímpicos, vá. Acompanhe, nem que seja pela televisão. Abra uma fresta para que as crianças e os adolescentes tenham contato com o universo do esporte, que estará mais pulsante do que nunca a partir das próximas semanas. Vai acontecer na “nossa casa”! A chance é rara. Nunca mais teremos uma olimpíada no Brasil. Claro que os riscos durante a realização de um evento desse porte sempre existem: violência, atentado, serviços que não funcionam. Mas acho que não é deixando de ir e acompanhar que as coisas se resolvem.
Repito: se você pode ir à Olimpíada do Rio, vá – ainda mais se você se diz esportista. As olimpíadas têm a ver com esporte em sua essência. Pense nos ídolos que estarão nas quadras, nas pistas, nas piscinas. Cada um carrega uma história de esforço, determinação. Cada conquista tem um significado que pode até ressignificar sua vida. Você tem muito a ganhar com a proximidade desses verdadeiros heróis. Mais do que um incentivo a acompanhar os Jogos Olímpicos, esse meu desabafo tem a ver com abraçar o esporte.